Eu cancei de ficá presa
Nos mato sem diversão
Sem puder ver as beleza
Da festa da ispuzição
Ontonce dixe: meu pai
Dessa vez a casa cai
Vai haver ispaiafato
Acabe, pai, cum orgúio
Pruque eu agora em júio
Vô passiar la no Crato
O veio dixe: minha fia
Os tempos tão tão mudado
Cada noite e cada dia
Parece mais um inferno
As nutiça qui se tem
É que ninguem faz o bem
O qui ixiste é matrato
Todo respeito acabosse
Nun quiria que tu fosse
Rozinha, nunca no Crato
Mais agora já mintendo
Já posso fazer meus prano
O sinhor tá sisquecendo
Que eu tenho dezoito anos?
E eu vejo o povo falando
Qui dezoito compretando
Agente é maioridade
E é purisso que digo
Nem que se zangue comigo
Vou passiar na cidade
Quero ver a ispuzição
As venda de animá
Quero ver as diversão
Qui o povo diz qui tem lá
Quero oiá os carrocé
Os cavalin cuma é
E o som dos arto-falante
Me assubi nos avião
Dar vorta nos minhocão
Rodar na roda gigante.
Cumê saco de pipoca
E chupá os picolé
Cumê inté tapioca
Se puracaso tivé
Quero vê os cantadô
E os ôto imboladô
Qui sempre faz desafio
Vê o concuço das vaca
Sentada lá nas barracas
Comendo bolo de mio.
Apois se é isso que quer
Viagem, vá cum coidado
Percure lá seu Dedé
Qui é home muito falado
E ele pur gentileza
Pode assumi as dispeza
Qui adispois eu vou pagá
Ele é um home dereito
Vai tratá tu com respeito
E tudo vai lhe mostrá
Viajei no ôto dia
Mi sintindo bem filiz
Provei de toda alegria
E lá fiz tudo que quiz
O pueta seu Dedé
Home de força e de fé
Mi arrecebeu cum amô
E em poucas horas somente
Eu cunheci muita gente
Qui ele mi apresentô
Só dispois de uma sumana
Foi que de pai mialembrei
Fiz uma carta bacana
E lá pra casa mandei
Foi uma carta comprida
Cum as letras bem iscrevida
Qui seu Davi fez pra mim
Tudo que eu ia dizendo
Seu Davi ia iscrevendo
A carta foi mermo assim:
Helder França
Nos mato sem diversão
Sem puder ver as beleza
Da festa da ispuzição
Ontonce dixe: meu pai
Dessa vez a casa cai
Vai haver ispaiafato
Acabe, pai, cum orgúio
Pruque eu agora em júio
Vô passiar la no Crato
O veio dixe: minha fia
Os tempos tão tão mudado
Cada noite e cada dia
Parece mais um inferno
As nutiça qui se tem
É que ninguem faz o bem
O qui ixiste é matrato
Todo respeito acabosse
Nun quiria que tu fosse
Rozinha, nunca no Crato
Mais agora já mintendo
Já posso fazer meus prano
O sinhor tá sisquecendo
Que eu tenho dezoito anos?
E eu vejo o povo falando
Qui dezoito compretando
Agente é maioridade
E é purisso que digo
Nem que se zangue comigo
Vou passiar na cidade
Quero ver a ispuzição
As venda de animá
Quero ver as diversão
Qui o povo diz qui tem lá
Quero oiá os carrocé
Os cavalin cuma é
E o som dos arto-falante
Me assubi nos avião
Dar vorta nos minhocão
Rodar na roda gigante.
Cumê saco de pipoca
E chupá os picolé
Cumê inté tapioca
Se puracaso tivé
Quero vê os cantadô
E os ôto imboladô
Qui sempre faz desafio
Vê o concuço das vaca
Sentada lá nas barracas
Comendo bolo de mio.
Apois se é isso que quer
Viagem, vá cum coidado
Percure lá seu Dedé
Qui é home muito falado
E ele pur gentileza
Pode assumi as dispeza
Qui adispois eu vou pagá
Ele é um home dereito
Vai tratá tu com respeito
E tudo vai lhe mostrá
Viajei no ôto dia
Mi sintindo bem filiz
Provei de toda alegria
E lá fiz tudo que quiz
O pueta seu Dedé
Home de força e de fé
Mi arrecebeu cum amô
E em poucas horas somente
Eu cunheci muita gente
Qui ele mi apresentô
Só dispois de uma sumana
Foi que de pai mialembrei
Fiz uma carta bacana
E lá pra casa mandei
Foi uma carta comprida
Cum as letras bem iscrevida
Qui seu Davi fez pra mim
Tudo que eu ia dizendo
Seu Davi ia iscrevendo
A carta foi mermo assim:
Helder França
Leia com atenção os primeiros dias de Roza no Crato, e, amanhã veja a carta enviada aos familiares dando as noticias do passeio. Voce vai se deleitar com a imaginação do Dedé, enquanto viajará pelos lugares revendo personagens que marcaram a historia do Crato. Vale a pena acompanhar.
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