Na serra, o lazer
Tinha mil facetas:
Jogar carrapetas
E sugar o mel.
Tirando colméia,
Caçando e pescando
E valorizando
As rodas de cordel.
Seguindo o caminho
Da vida escolar
Tentando estudar
Pegou a sacola.
Contudo, ruíram
Suas fantasias,
Somente cem dias
Esteve na escola.
Foi em vinte e um,
Que aconteceu
E prevaleceu
Este dissabor.
Porém, não estava
Tudo exterminado
Com todo cuidado
Viu outro valor.
Pressentiu o estudo
Um tanto atrasado
E o ponto estudado
Não lhe interessou.
Ele decidido
Só leu tão-somente
O que no presente
O interessou.
No ano seguinte,
Começa a cantar
E a versejar
Bonitas estórias.
Sentindo prazer
E encantamento
Já dá andamento
A novas vitórias.
O povo aplaude
O novo talento
Ele, muito atento,
Não aceita esmola.
No ano vinte e cinco,
Com o seu improviso
Bastante preciso
Quer uma viola.
Com grande poder
De convencimento
Mostra um argumento
De grande valor.
Sua mãe piedosa
Comprando a viola
Cria a grande escola
De um cantador.
No ano vinte e seis,
O jornal “Correio
Do Ceará”, veio
E fez publicar.
Bonito poema
De dom pioneiro
Foi ele o primeiro
Que se ouviu falar.
Em mil, novecentos
E mais vinte e nove,
Ele se promove
Viajando ao Pará
E um primo da mãe,
José Montoril,
Mostrou-lhe um Brasil
No além Ceará.
Cantando em Belém
Com voz emotiva
O bom “Patativa”
Fez-se apelidar,
Pois José Carvalho
De Brito lhe aclama
Antevendo a fama
Que vai aflorar.
Cantou com o poeta
Rufino Galvão
Sentindo a emoção
De um dia voltar.
O eterno parceiro
De sua estadia
Brilha noite e dia
Com o seu bom cantar.
A sua turnê
Demora algum tempo
Pois já é passatempo
A improvisação.
Após cinco meses
De peito na brasa
Retorna a sua casa
Com recordação.
Dr. Sávio Pinheiro.
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
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Veja a partir de amanha as "Cancelas terceira e quarta".
ResponderExcluirUm Bom Dia.
Ô caba bom!!!!!!!!!!
ResponderExcluirParabéns Zé Sávio.
Eu parei nessa cancela
ResponderExcluirPor ela eu quis passar
Mas a prosa tá tão boa
já falei, não é à toa
que o Sávio faz rimar
E assim vou lendo a história
que ele tem na memória
e vai contando pra gente
num instante, num repente
que é pra gente se informar
Abraço,
Claude
Esta cabrinha ativa,
ResponderExcluirQue anda na mata faceira,
Deu leite pro Patativa,
Nas alvoradas brejeiras.
Ela ou suas ascendentes,
Eram do leite as nascentes,
Que alimentavam na fome,
Por isso o meu comentario,
Nesta postagem do Savio
Na verdade e no meu nome!
Vê-de foto.