No ano de trinta,
Voltando pra serra
Ele desenterra
O antigo roceiro.
Muito bem disposto
Declama o cordel
E neste papel
Já é violeiro.
Com João Alexandre
E Anacleto Dias
Travou cantorias
Num bom versejar.
Vicente Granjeiro,
Do Junco, e Andorinha,
Seguiram na linha
Do alegre, cantar.
O autor do compêndio
“Matuto Cearense”
Sem muito suspense
Faz carta exemplar
Ao grande escritor
E artista sereno,
Juvenal Galeno,
Pra lhe apresentar.
Em bom paralelo
Com José Carvalho,
Que fez um trabalho
Espetacular,
Antônio se inspira
Ao sê-lo citado
E com resultado
Faz-se publicar.
Naquele momento,
De muita emoção
A revolução
Chegou pra ficar:
Getúlio aparece
Mostrando energia
E com simpatia
Consegue reinar.
Na mata fechada
Rever Ventania,
Que ele anuncia
Ser bom corredor.
Cavalo elegante
De bom gabarito
Carrega bonito
O bom cantador.
No topo da serra
Do seu bom lugar
Tenta se expressar
Em outros papéis.
Escreve poesias,
Cria redondilhas
E indo a boas trilhas
Escreve cordéis.
Publica “Aladim”
Das Mil e Uma noites
Fazendo os açoites
Da mente, crescer.
“Abílio e Jupy”
Um cão atraente
Faz-se de valente
Por bem merecer.
“O Padre Henrique
E o Dragão da Maldade”
Uma raridade,
O qual publicou,
Mostrou uma morte
Muito traiçoeira,
De forma ligeira,
Que o tempo levou.
Este bom folheto
Foi encomendado
E recomendado
Numa boa ação.
Foi Dom Hélder Câmara,
Que insatisfeito
Buscou o direito
Com bela canção.
Criando folhetos,
Fazendo poemas
Fez crescer os temas,
Que apresentou.
Pensando no povo
De forma valente
Usou bem a mente,
Que o consagrou.
No ano trinta e seis,
Encontra uma mina
É a Belarmina,
Uma Paes Cidrão.
Em seis de Janeiro,
Satisfaz a mente
Deixando contente
O seu coração.
No ano trinta e nove,
Com muita evidência
Já é referência
Acima de tudo.
Pois em “Cantadores”
Um livro afamado
Foi nele citado
Por Câmara Cascudo.
Dr. Jose Savio Pinheiro
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Quem não conheceu o habitat do Patativa e da gente pra quem ele dedicou sua obra, há de perguntar: o que tem a ver a beleza do poema do Dr. Savio com as fotos rudes que o Morais ilustra sem nem consultar o autor? Porem, pra quem conhece os sertões bravios, a Serra de Santana, o sofrimento do povo, ha de convir que o Dr. Savio fala com palavras e versos e o Morais fala com as fotos. Mas, estou de pleno acordo em exclui-las desde que fuja do tema central do poema.
ResponderExcluirA. Morais
Acho legal a sua interpretação com fotos, Morais e esta cancela abriu de forma espetacular,
ResponderExcluirAbraços,
Claude