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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 21 de janeiro de 2024

466 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais


Antônio e Ribamar de José Budu, na seca de 1958 resolveram viajar em busca de socorro, de melhorias, visto que não colheram nada das lavouras plantadas e não tinham outras opções. Venderam os últimos terém, e, com os parcos recursos conseguidos partiram no rumo da venta a procura de salvação. Quando chegaram em terras do Pará o dinheiro acabou, a necessidade aumentou e a saudade de casa também, visto nunca haverem arredado os pés da terrinha.

Cada dia que passava era um suplicio. Lisos, sem perspectiva de arranjar emprego nem esperança de voltar para o seio da família. Um dia chegou um circo na cidade em que se encontravam. Antônio, o mais velho, chamou o irmão e foram procurar emprego no circo. Em vão, o dono do circo dizia que já tinha a equipe completa.

Ofereceram-se para trabalharem pela comida e pela carona nos carros do circo, quem sabe assim, um dia chegariam a Várzea-Alegre. Por fim foram aceitos, e, o dono do circo entregou uns tornos de ferro e uma marreta e mandou que fossem enfiando para depois amarrarem as cordas da empanada do circo.

Ribamar segurava o torno e Antônio batia. Então, o dono do circo foi olhar se o serviço estava saindo a contento. Encontrou Ribamar dando pulos mortais pra diante e pra traz. Admirado com a habilidade artística disse: rapaz, você não é pra trabalhar aí não, você é um artista, você deve trabalhar no picadeiro! Antônio Budu explicou as razões dos pinotes de Ribamar dizendo: Seu Zé, é que a marreta escapuliu do cabo e acertou nos ovos dele.

4 comentários:

  1. Mas esse povo de Várzea-Alegre é muito engraçado mesmo! Que terra pra ter bons contadores de história!

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  2. Morais.

    Essa você arrancou de mim uma estrondosa gargalhada! Muito boa. diria acima da média!kkkkkkkkkkkkk
    Muito embora o Ribamar tenha ficado sem saco, mas essa valeu.

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  3. Os Budus, gente da melhor qualidade, gente boa e trabalhadora. O Antonio morava em nossa casa, era como um da familia, muito mimoso do meu pai.
    Um abraço forte para todos eles.

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  4. Os "Budus" eram conhecidos por duas disposições para o trabalho. Até as mulheres eram boas de serviço.

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