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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

467 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Com terreno doado pelo Coronel João da Cunha  Gadelha em 30 de Abril de 1735 surgiu a ideia de construir a Capela de São Caetano, em estilo barroco, edificação concluída em 1762 e tombada pelo IPHAN  em 2006 com mais de 252 anos, patrimônio do povo cearense.

A Capela fica com a frente para a BR 060 e de costas para o povoado. Há uma versão que terminada a construção, o empreiteiro recebeu o pagamento combinado e foi seguido por pessoas que o assaltaram e o assassinara no caminho de volta para sua cidade. 

Não tenho conhecimento de relatos escritos a esse respeito, mas, vi  muitas pessoas que conheciam essa historia, inclusive atribuindo a esse acontecimento o fato do povoado não ter desenvolvido com o passar de mais de dois séculos e meio. 

Nesta capela eram celebrados os atos religiosos de Várzea-Alegre. O Padre vinha do Icó em lombo de animais. Dizem que o Padre Manuel Caetano era muito austero, organizado e a sua visita era distribuída o tempo  de três dias de modo que no primeiro dia eram feitos os casamentos e batizados, no  segundo  dia as confissões e no ultimo dia  encerrava-se a visita com uma missa solene.

A história sustenta  que José Raimundo Duarte de Menezes, Cazuza do Sapo, filho mais velho de José Raimundo do Sanharol, estava conversando com outras pessoas no pátio da capela enquanto aguardavam a chegada do padre. Falou para os amigos que  um morador seu tinha o tipo de cabaça, daquelas que faziam cargueiro de  caçador colocar pólvora que o bico  media palmo e meio. 

Um caixeiro viajante  duvidou  dizendo : Ah, eu queria a semente de uma cabaça dessas para plantar!  Cazuza montou no seu alazão e tirou de um galope ida e vinda da capela ao sitio Sapo onde morava. 

Chegando com a cabaça na mão disse para o viajante :  Fure  um buraco e tire a semente, mas não me toque no bico, para quando um  cabra safado,  sem vergonha e bom de peia como você duvidar  eu  ter para  mostrar.  

5 comentários:

  1. Na calçada desta capela estavam todos a espera da chegada do Padre. Nesse tempo os assuntos eram outros. Não Tinha corrupção, ladroagem, ministério publico, policia federam porque não existiam o PT nem o Lula. Os assuntos eram agricultura e criação de gado etc.

    José Raimundo do Sanharol contou que um morador seu tinha uma roça e havia um pé de cabaça daquelas pequenas que se usava como cargueira para o caçador guardar pólvora, que causava admiração : Tinha palmo e meio de bico.

    Um caixeiro viajante que se encontrava presente duvidou : Taí, eu queria as sementes desta cabaça para plantar!

    José Raimundo passou a perna no cavalo e foi ao Sanharol, 20km de ida e 20km de volta, ao chegar se dirigiu para o viajante dizendo : Fure um buraco e tire as sementes, e, não me toque no bico para quando um cabra safado e atrevido como você duvidar eu ter para mostrar.

    O viajante fez bunda de ema com medo de apanhar e José Raimundo ficou aguardando a chegada do padre.

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  2. Morais:
    Mais uma postagem que reputo de importância para a preservação da memória de Várzea Alegre. Imprimi-a e coloquei na pasta da Paróquia de São Raimundo Nonato, que é mantida na Cúria da Diocese de Crato. Servirá, como subsídio, para quem se aventurar a escrever sobre o papel da Igreja Católica, em terras de Várzea Alegre. Parabéns!

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  3. Prezado Armando - José Raimundo do Sanharol era filho de papai Raimundo e de Maria Tereza de Jesus que posteriormente doaram o patrimônio para criação da Paroquia de São Raimundo, inclusive a casa que residiam onde, hoje está edificada a Igreja Matriz de São Raimundo.

    José Raimundo era avô de Zuza Bezerra de Brito, e como o Zuza no Crato, ele na Varzea ninguém da familia tomava qualquer decisão que fosse sem consultar, sem ouvir seu conselho.

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  4. achei linda esta história ai de são caetano, pois sou do sítio fantasma da família dos lucianos, e também tínhamos terras no mucuripe legal gostei muito...

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    1. Está é uma daquelas postagens inúteis, sem nenhum valor. Ninguém conhece a historia nem quer conhecer. Sitio Fantasma, Gato do Mato e Mucuripe - Antonio Luciano, um dos homens mais dignos e honrados que conheci na minha vida.

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