A nossa Charanga foi uma batucada, criada para animar os carnavais de rua e os jogos de futebol de salão em Várzea Alegre.
O grupo era composto por:
Luís Filho, Marconi Proto, Célio e Tércio Costa, Mario Leal, Noberto Rolim, Joemilton Martins, Gonzaga Teixeira, Nilton Freire, João Piau e outros, inclusive esse contador de causos.
Nos ensaios nós procurávamos locais reservados, para que nos dias de desfiles, o público tivesse novidades. Uma vez nós estávamos na busca do local para o ensaio, quando Nilton falou: - Nós podemos ensaiar na casa de Dona Maria Edite, eu arranjo a chave. Eu perguntei: - E ela não acha ruim não? - Não que a casa tá alugada a papai.
Nós entramos e fechamos a porta da frente com muito cuidado para que não entrasse curiosos. Com a gente estava o saudoso Fernando de Raimundo Leandro, que nós chamávamos carinhosamente de Castelo Branco. O garoto contava apenas com quatro anos mas não perdia um ensaio da Charanga.
Armamos a nossa tenda na sala onde hoje funciona os estúdios da rádio Cultura. Começamos a tocar quando de repente eu notei um claro no corredor. Olhei para a porta e vi entrando Dona Maria Edite vestida de preto, que era luto de sentimento por uma pessoa próxima. Vendo aquela visita entrando eu gritei:
- Lá vem Dona Maria Edite!
Dizendo isso eu corri pela parte traseira da casa, escalei o muro que dava acesso a minha casa e notei que Noberto Rolim ia logo atrás com um surdo de mão quase do tamanho dele. João Piau e Tércio Costa entraram num chiqueiro e ficaram escondidos atrás de uma pilha de pneus velhos. Gonzaga Teixeira que não sabia nadar, pulou o muro depois pulou uma cerca de arame e saiu nadando na lagoa de São Raimundo. Depois foi bater na casa do Sr. Matias onde ficou escondido. Mário Leal pulou para a casa de Valdeliz e enrolou-se no pano de Jesus Cristo, Que era um cenário que Jesus usava nas fotos de primeira comunhão. Só que depois Mário disse, que teria sido melhor enfrentar Maria Edite. Joemilton e Luís Filho, saíram pulando muros até chegar no Recreio Social.
Só quem ficou para encarar a proprietária, foi Marconi, Célio e Nilton. Enquanto Marconi e Célio pediam desculpas, Nilton gritava:
- Mas a casa não tá alugada a papai?
- Tá mas eu aluguei foi para morar, não foi pra bater macumba não. E ainda mais que estou de luto.
Enquanto isso eu fui chegando pela porta da frente, com jeito de curioso. A proprietária apontou o dedo na minha direção e falou:
- Taí outro irresponsável sem futuro
Na minha reação eu falei:
- Êpa! Eu não tenho nada a vê com isso não. Eu tou chegando agora.
- Tá chegando agora porque atrasou-se. Mas você faz parte da mesma gangue.
Com aquela zoada o nosso amiguinho Fernando chorava que desciam lágrimas.
Eu peguei o garoto nos braços, me aproximei de Maria Edite e falei:
- Tá vendo o que a senhora fez? A criança chora que corta a voz.
- E eu com isso? Eu não sou babá não. Tá com pena leve ele pra sua avó dar de mamar.
Dedico esse causo; Aos meus amigos da Charanga, que, estão vivos e para os familiares daqueles que Deus levou.
Raimundinho Piau.
O grupo era composto por:
Luís Filho, Marconi Proto, Célio e Tércio Costa, Mario Leal, Noberto Rolim, Joemilton Martins, Gonzaga Teixeira, Nilton Freire, João Piau e outros, inclusive esse contador de causos.
Nos ensaios nós procurávamos locais reservados, para que nos dias de desfiles, o público tivesse novidades. Uma vez nós estávamos na busca do local para o ensaio, quando Nilton falou: - Nós podemos ensaiar na casa de Dona Maria Edite, eu arranjo a chave. Eu perguntei: - E ela não acha ruim não? - Não que a casa tá alugada a papai.
Nós entramos e fechamos a porta da frente com muito cuidado para que não entrasse curiosos. Com a gente estava o saudoso Fernando de Raimundo Leandro, que nós chamávamos carinhosamente de Castelo Branco. O garoto contava apenas com quatro anos mas não perdia um ensaio da Charanga.
Armamos a nossa tenda na sala onde hoje funciona os estúdios da rádio Cultura. Começamos a tocar quando de repente eu notei um claro no corredor. Olhei para a porta e vi entrando Dona Maria Edite vestida de preto, que era luto de sentimento por uma pessoa próxima. Vendo aquela visita entrando eu gritei:
- Lá vem Dona Maria Edite!
Dizendo isso eu corri pela parte traseira da casa, escalei o muro que dava acesso a minha casa e notei que Noberto Rolim ia logo atrás com um surdo de mão quase do tamanho dele. João Piau e Tércio Costa entraram num chiqueiro e ficaram escondidos atrás de uma pilha de pneus velhos. Gonzaga Teixeira que não sabia nadar, pulou o muro depois pulou uma cerca de arame e saiu nadando na lagoa de São Raimundo. Depois foi bater na casa do Sr. Matias onde ficou escondido. Mário Leal pulou para a casa de Valdeliz e enrolou-se no pano de Jesus Cristo, Que era um cenário que Jesus usava nas fotos de primeira comunhão. Só que depois Mário disse, que teria sido melhor enfrentar Maria Edite. Joemilton e Luís Filho, saíram pulando muros até chegar no Recreio Social.
Só quem ficou para encarar a proprietária, foi Marconi, Célio e Nilton. Enquanto Marconi e Célio pediam desculpas, Nilton gritava:
- Mas a casa não tá alugada a papai?
- Tá mas eu aluguei foi para morar, não foi pra bater macumba não. E ainda mais que estou de luto.
Enquanto isso eu fui chegando pela porta da frente, com jeito de curioso. A proprietária apontou o dedo na minha direção e falou:
- Taí outro irresponsável sem futuro
Na minha reação eu falei:
- Êpa! Eu não tenho nada a vê com isso não. Eu tou chegando agora.
- Tá chegando agora porque atrasou-se. Mas você faz parte da mesma gangue.
Com aquela zoada o nosso amiguinho Fernando chorava que desciam lágrimas.
Eu peguei o garoto nos braços, me aproximei de Maria Edite e falei:
- Tá vendo o que a senhora fez? A criança chora que corta a voz.
- E eu com isso? Eu não sou babá não. Tá com pena leve ele pra sua avó dar de mamar.
Dedico esse causo; Aos meus amigos da Charanga, que, estão vivos e para os familiares daqueles que Deus levou.
Raimundinho Piau.
Essa charanga era mesmo do barulho. Os batuqeiros são de muita espressão, escolhidos a dedo. Muito boa a histórias...abraçoss Raimundin...
ResponderExcluirPara quem conviveu com a turma da charanga, como eu, essa história traz boas recordações. Por isso, sugiro aos que fazem parte do grupo e que acessam este blog, que encaminhem para todos os outros. Garanto que isso fará muita gente feliz. Aliás, sugeri a Nanum que relembrasse o fato pra Célio Costa e Marconi, que são fundadores. Daí ele elaborou o texto e aí está.
ResponderExcluirAproveito o espaço pra dizer da minha alegria nessa festa de São Raimundo. Reencontrei tantos amigos que é difícil enumerá-los. E soube da presença de mais outros que não consegui rever. Mas planejo ir assistir as homenagens a Pedro Sousa nos dias 17 e 18 deste. Espero encontrar muita gente querida outra vez.
Amigos.
ResponderExcluirEssa Charanga tem historia e estorias. Mesmo tendo encontrado no seu percurso muitas Marias Edite. Abraços Mundim.
Raimundinho,
ResponderExcluirNão sei os outros meninos da minha idade, mas eu, com 12 ou 13 anos, não via a hora de poder entrar para a charanga. Lembro que um de vocês dizia: "No próximo ano tu entra". Não deu tempo.
Essa história é um fato real, a Charanga fez história na Várzea Alegre. para quem não lembra ou não conheceu, a nossa Charanga contribuiu para a elevação da comarca de V. Alegre, de primeira para segunda entrância, como um clube de serviço.
ResponderExcluir