A espontaneidade e a sinceridade do povo do interior permitem o uso de expressões e comentários que soariam diferentes em regiões urbanas do país.
Minha tia paterna Socorro Cavalcante morou por vários anos em São Paulo. Na década de setenta, quando voltou para a pequena Várzea Alegre, chamou atenção pela altura acima da média e pela gordura acumulada nas terras do sul, sinal de formosura para os sofridos sertanejos.
Minha tia paterna Socorro Cavalcante morou por vários anos em São Paulo. Na década de setenta, quando voltou para a pequena Várzea Alegre, chamou atenção pela altura acima da média e pela gordura acumulada nas terras do sul, sinal de formosura para os sofridos sertanejos.
Em um domingo, no final da tarde, Socorro foi visitar sua prima Maria de Pepê, que morava no aprazível sítio Sanharol, bem próximo a sede do município cearense. Zé André, conhecido agricultor do local, ao avistar a aproximação da visitante, se levantou de uma rede armada no alpendre de sua casa, e, com sua maneira autêntica e observadora, disse em toda altura:
- Eita, lá vem Socorro de Raimundo Silvino tomando a estrada toda...
- Eita, lá vem Socorro de Raimundo Silvino tomando a estrada toda...
Morais...
ResponderExcluirEssa historias de seu pai são muito boas, marcantes. Revelam com clareza a inteligência e perspicácia do nosso povo simples do sertão...
Adorei...
Grande abraço e obrigado por divulgar o Pedra de Clariana...
Flavin.
ResponderExcluirSe apertar um pouco o teu pai, talvez ele revele mais algumas proezas de Ze André, afinal de contas foram 70 anos de convivencia, a primeira parte com o seu avô Raimundo Silvino e depois com Luis Silvino, voce já imaginou 70 anos de vendas fiado, pra receber quando só Deus sabia! Aproveito para parabenizar o Pedra de Clarianã pela apresentação e organização. Aprovado com "Distinção e louvor".
Flavinho, Morais,
ResponderExcluirNo reino de Clarianã o conceito de beleza era exatamente o excesso de formosura do texto. A mulher tinha que encher uma cama. Agora, encher uma estrada foi demais!