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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MOMENTO DA POESIA...

Todas as estrelas que caem
- Claude Bloc -

Meus olhos ancoram em águas profundas
em sonolentas pastagens,
nos reflexos das nuvens...
Assim mesmo e mesmo assim a vida caminha
e o vento arqueja
no final de tarde...
Um dia voltei a esse cenário
e percebi que o açude lamentava a falta
a minha falta
a falta de todos
e o tempo esperava que voltássemos
num tempo fora do tempo
sem deixar rastros...


As lembranças que tínhamos
perderam-se nessas águas
sem desvendar os segredos
sem se prender aos enredos...
porque à noite
todas as estrelas que caem
jogam-se nas águas desse açude
e acendem a nossa memória
como se a vida fosse uma concha cheia de silêncio
como se a vida fosse o espaço eterno
entre o sonho e a própria vida.

Claude Bloc

4 comentários:

  1. Claude.

    Mais um poema. Mais uma historia. Poema, historia e fotos juntas formam um todo completo, belo. Parabens.

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  2. Claude,como a felicidade é relativa, esse ambiente rústico e caústico te fazia feliz,não a felicidade do ambiente atual em que vives com todas as cibernéticas e correrias.Desculpe-me se a análise encontra-se incoerente.Volte sempre a sua Serra Verde só assim teremos belos poemas.Um abraço.Rolim.

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  3. Obrigada Morais pela sempre presente gentileza. Gosto mesmo de fazer essa composição: imagem X texto. Realmente um completa o outro.

    ABRAÇO,

    Claude

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  4. Rolim,

    Sua análise é mais que coerente. É por esta razão que sempre procuro voltar ao Crato e à Serra Verde, para revigorar meu ânimo, minha mente e me abastecer de alegria.

    Abraço,

    Claude

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