Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 29 de janeiro de 2011

QUANDO A NATUREZA RESPONDE - Por Claude Bloc


CRATO

Lembro-me quando adolescente, rio secando e poluição de menos, ia em bando com uma turma de amigas do Pimenta, andar pelo leito largo do Rio Granjeiro que chamávamos "Rio das Piabas" . Levávamos violão, merenda e um espírito aventureiro andando rio acima, por entre grandes blocos de pedra, até chegarmos ao matadouro.

Hoje de madrugada, a chuva ameaçou umas 3 ou 4 vezes. De repente, a força da água começou a encher as calhas e do teto, filetes de água deram início a cachoeiras ou bicas, dependendo do cômodo da casa. Foi um transtorno. Não adiantava apelar para o rodo, a coisa ia se alastrando e o que se podia fazer, era salvar o que estivesse no chão.

Certa hora, quando a chuva parecia começar a amainar, uma água fétida e cheia de gravetos invadiu a rua e as casas. Logo se imaginou que o canal tivesse estourado. Ele que fora feito com intenção de conter e direcionar as águas do rio.

Quando amanhceu, saí com a intenção de ver os estragos. O choque foi enorme. Sobretudo .na altura da Igreja Nossa Senhora de Fátima, no Pimenta.

Ruas e mais ruas que davam acesso à avenida que beira o canal, davam agora para o vazio e para uma indomável correnteza.

Descendo para o centro a tragédia não era menor. Havia carros à beira do canal, postes deitados pela força das águas, uma camada de lama de mais de meio metro, e estabelecimentos cheios de barro, com as portas pelo chão propiciando saques e desespero dos proprietários...

Eis a resposta da natureza à ação impensada do homem e contra a qual nos quedamos impotentes, juntando hoje nossos caquinhos, quando ainda restam alguns.

Claude Bloc



Canal - Madrugada de 28/01/2011
A força das águas
Uma reação à ação do homem
Força impossível de conter
Depois da chuva
Na Prefeitura


Na Caixa Econômica


Interior de um carro à beira do Canal
Esquina da Rua Santos Dumont

7 comentários:

  1. Nossa amiga Claude Bloc
    é inacreditável pois a menos de 15 dias eu vi esse canal só com uma listrinha de água e hoje veja o poder que a natureza possui..até vi que foi em lugares por onde passei....ótima postagem a sua viu

    ResponderExcluir
  2. Prezada Claude.

    Em postagem anterior a esta sua fiz a postagem de um poema do Jose Alves de Figueiredo entitulado "A voz do Rio Grangeiro". Coincidentemente o nome dado a avenida que ladeia o Canal- Jose Alves de Figueiredo. Neste poema o autor fala de um rio manso, belo, tranquilo e de saudades. A natureza foi agredida, a ação do homem a maltratou e o Rio reagiu de forma muito violenta. A maior catastrofe que já vi em Crato. Aqui mora ha 40 anos. Felizmente sem perdas de vidas.

    ResponderExcluir
  3. É...

    Nasci aqui e nunca vi coisa igual na cidade de Crato. Vi muitas enchentes antes da construção do canal, mas, nunca com um efeito devastador com este.

    A lição que fica é a de que a insensatez humana, cultuando apenas o aqui e agora, sem visão do futuro, sempre trará danos às vezes irreparáveis, a curto, médio ou longo prazo.

    A natureza segue seu rumo inexoravelmente, construindo o futuro.

    Não vejo o ocorrido como uma rebelião natural, mas, como advertência clara de que ela não se detém diante de obstáculos humanos.

    Resta ao homem ter mais visão sobre as conseqüências dos seus atos, antes de praticá-los.

    Vicente Almeida

    ResponderExcluir
  4. Claude e Vicente.
    Ei ví de perto essa situação, ontem eu passei pelo Crato e lamentei muito.
    Só faltou a nossa paparazzi registrar o desabameno da cobertura do DER.
    Abraços para vocês.
    Mundim Da raja.

    ResponderExcluir
  5. ESSE RIO GRANGEIRO JÁ FAZ ISSO HÁ MUITO TEMPO. NÃO FOI ESSA A PRIMEIRA VEZ. E COM A DIVISÃO DOS POLÍTICOS EM DIVERSAS ALAS COMO ESTÁ ACONTECENDO NO CARIRI, COM CERTEZA, NÃO SERÁ A ÚLTIMA.
    NÃO RECORDO O ANO, SE 64 OU 65. EU ESTAVA EM JUAZEIRO, ACOMPANHANDO O MEU AVÔ - ELE ERA COMERCIANTE EM ORÓS, E VINHA PARA O CARIRI FAZER COMPRAS - E O MOTORISTA DO CAMINHÃO COCHILAVA, DEITADO NUMA REDE ARMADA DEBAIXO DO VEÍCULO, QUANDO AO MEIO DIA, ANTONIO VICELMO NOTICIAVA: AQUI EDUCADORA. A NOTÍCIA SEM SOFISMA E SEM FANTASIA...O RIO GRANGEIRO TRANSBORDOU MAIS UMA VEZ, INUNDOU CASAS, INVADIU ESTABELECIMENTOS COMERCIAS CAUSANDO PREJUÍZOS INCALCULÁVEIS.
    LEMBREI-ME DESSA NOTÍCIA, PORQUE EXATAMENTE NAQUELE DIA, QUANDO SEU LOURIVAL,O MOTORISTA DO CAMINHÃO, COCHILAVA OUVINDO O SEU MOTO-RÁDIO CARÍSSIMO, UM ELEMENTO MUITO ASTUTO SINTONIZOU UM PEQUENO RÁDIO DE FABRICAÇÃO CASEIRA, QUE NÃO TINHA NENHUM VALOR, TAMBÉM NO JORNAL DA EDUCADORA.
    E ENQUANTO SEU LOURIVAL COCHILAVA, ELE FÊZ UMA TROCA: DEIXOU O RÁDIO DELE DEBAIXO DA REDE E LEVOU O DE SEU LOURIVAL. PERCEBENDO ALGUMA DIFERENÇA NO VOLUME E NA QUALIDADE DO SOM, SEU LOURIVAL FICOU TENTANDO LOCALIZAR O RÁDIO DEBAIXO DA REDE PARA GIRAR O BOTÃO, E NADA.
    QUANDO ELE BRADOU: ROUBARAM MEU RÁDIO. E EU SÓ VOU SAIR DAQUI COM O MEU RÁDIO...É SÓ UM COMENTÁRIO SOBRE A NOTÍCIA, EU VOU RESUMIR: NUNCA MAIS SEU LOURIVAL VIU O RÁDIO DELE. PIOR QUE ISSO, O QUE O LADRÃO DEIXOU, NAQUELE MOMENTO DE RAIVA, ELE JOGOU NO CHÃO E FICOU PISOTEANDO E DETRATANDO A MÃE DO LADRÃO.

    ResponderExcluir
  6. Oi, raimundinho, finalmente consegui postar algo para vc. Não está fácil, rs Abraço Fafá

    ResponderExcluir
  7. Amigos
    É preciso falar dos desmandos na ocupação dos pés de serra e nas áreas a jusante do Rio Grangeiro. Pensaram nisto ?
    É um problema de postura municipal e não de força natural. Pensaram nisto?

    ResponderExcluir