Visitando o meu sertão
que tanta grandeza encerra,
trouxe um punhado de terra
com a maior satisfação.
Fiz isso na intenção,
Como fez Pedro Segundo,
de quando eu deixasse o mundo
levá-lo no meu caixão.
Chegando ao Rio, pensei
guardá-lo só para mim
e num saquinho de brim
essa relíquia encerrei!
Com carinho e com cuidado
numa ripa do telhado,
o saquinho pendurei...
Uma doença apanhei
e vendo bem próxima a morte
lembrando as terras do norte
do saquinho me lembrei.
Que cruel desilusão!
As traças, sem coração
meterem os dentes no saco,
fizeram um grande buraco
e a terra caiu no chão.
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
sábado, 15 de janeiro de 2011
A terra caiu no chão - Por Ze da Luz.
Foto - Eloi Teles de Morais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Eloi Teles, varzealegrense do Sitio Baraunas, radicado ao Crato, foi o maior folclorista desta região em todos os tempos. No seu programa "Coisas do meu Sertão" Eloi promovia a musica e a poesia popular. Ze da Luz, Catulo, Patativa, Cego Aderaldo e tantos outros. Tenho visitado os seus familiares, procurado alguma coisa do Eloi para divulgar, mas eles não gostam da ideia, dizem sempre que tudo se perdeu e que nada existe em registro. Uma pena.
ResponderExcluir