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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 18 de março de 2011

Do seriado “Coisas da República” – quando o Brasil foi governado por 3 Presidentes, ao invés de 1 (postado por Armando Lopes Rafael)



As novas gerações talvez nunca ouviram falar neste fato, mas de 31 de agosto a 30 de outubro de 1969 -- durante dois meses -- o Brasil teve três presidentes da República (ao invés de um) no exercício deste cargo. Tudo aconteceu porque o Marechal Artur da Costa e Silva (segundo presidente do regime militar, foto à esquerda) sofreu um AVC, ficando impossibilitado ao exercício do cargo e os militares se recusaram a passar o poder ao vice-presidente, o civil Pedro Aleixo.
No período acima citado o Brasil foi governador por uma Junta Militar, formada pelos ministros: general Aurélio de Lira Tavares (Exército), almirante Augusto Rademaker (Marinha) e brigadeiro Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica). – foto à direita – A Junta Militar enfrentou, nesses dois meses, grupos armados da esquerda (como o MR-8 e a Aliança Renovadora Nacional–ALN), que sequestraram o embaixador dos EUA no Brasil, Charles Elbrick. Os guerrilheiros exigiram a libertação de 15 presos políticos para soltar o embaixador. Foram atendidos.

A Junta Militar escolheu como novo presidente o general Emílio Garrastazu Médici, (foto à esquerda) o qual, a exemplo dos seus antecessores, Marechal Castelo Branco e do Marechal Artur da Costa e Silva, também foi eleito pelo Congresso Nacional com a quase totalidade dos votos de deputados e senadores. O presidente Médici chegou a ser aplaudido de pé por uma multidão de cerca de cem mil pessoas que foram assistir a um jogo da seleção brasileira no Estádio do Maracanã.

2 comentários:

  1. Prezado Armando.

    Conforme o folclorista Chico Soares na eleição de Castelo Branco pelo Congresso se deu uma ocorrencia inusitada. Os parlamentares eram chamados a dizer: Sim ou não e assim se ouvia pelo radio a chamada segundo Chico Soares: Deputado Magalhaes Pinto - Sim. Deputado Ulisses Guimaráes - Não. Deputado Celio Borja - Sim. Deputado Freitas Nobre - não. Até que emfim chamaram o deputado do Crato - ele respondeu :Nhorsim!.

    Nunca vi coisa tão parecida com os congressos, seja da ditadura ou democracia. Hoje em dia acontece a mesma coisa - Todos respondem: Senhora!

    Coisas da Republica como bem diz o amigo.
    Abraços.

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  2. Morais:
    Bom lembrar que na eleição indireta de Castelo Branco o nome oficial do nosso país ainda era: "República dos Estados Unidos do Brasil". Mas isso é tema para outro episódio do seriado "Coisas da República"...

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