Só pensa na vida
Em um dia voltar.
E assim vai pensando, o pobre imigrante
Que como um errante
Deixou seu lugar.
Aquele imigrante, fugiu da estiagem
Lavando coragem
Faltando alegria.
Levava na mente, saudade e lembrança
Com a firme esperança
De voltar um dia.
Chegando em São Paulo, começa o chamego
Procura um emprego
E não passa no teste.
Até que a indústria, enxerga o valor
De um lutador
Do seco nordeste.
Depois de empregado, ele sai da pendanga
E se livra da canga
Que prende o roceiro.
E o forte caboclo, pensando em voltar
Começa a guardar
Seu pouco dinheiro.
Escuta no rádio, notícia do Leste
Depois do Nordeste
E presta atenção.
O locutor fala, da chuva molhando
E o povo plantando
No verde sertão.
Naquele momento, o bom sertanejo
Sentiu o desejo
De não ficar lá.
Fez uma promessa, com Frei Damião
Para o mês de São João
No seu Ceará.
Juntou a família, E disse seguro:
- O nosso futuro
Não é mais aqui.
Já tem no sertão, legume nascendo
Nós vamos correndo
Para o Cariri.
Eu vendo o barraco,o rádio, o bujão,
A mesa e o fogão
Pra nós viajar.
Nós vamos de ônibus, Até Juazeiro
No dia primeiro
Nós vamos chegar.
A filha mais nova, pegou a falar:
- Eu quero aguar
Meu pé de roseira.
O filho mais velho, pulou de alegria
Dizendo que ia
Domingo pra feira.
Olhando a estrada, lembrou-se da ida
Da triste partida
Cantada em verso.
Chegando ao sertão, ele faz uma prece
E a Deus agradece
O alegre regresso.
Já no seu terreno, avista a casinha
E vê na cozinha
O carro de mão.
Na parede da sala, encontra pregado
O quadro arranhado
De Frei Damião.
Olhou para o quadro e fez um pedido:
- Meu santo querido!
Meu Frei Damião.
Dê fé e coragem, ao homem da roça
Para que ele possa
Viver no sertão.
O gato Mimi, do mato correu
Foi quem recebeu
A sua Cecília.
E a bela roseira, coberta de flor
Recebeu com amor
Aquela Familia.
Dedicado ao Dr. Rolim e ao poeta Aldenízio Correia.
Dedicado ao Dr. Rolim e ao poeta Aldenízio Correia.
Raimundim, você hoje me fez chorar e, muitooo...
ResponderExcluirVivo esperando ansiosa por esse dia de voltar a minha rajalegre. Nada como a terra de gente... É uma saudade que dói !!!
Lindo o poema !!!
Parabens Mundim.
ResponderExcluirSeu poema tem todos os segredos para os que se afastaram da terrinha e como diz o poeta Clementino "não esqueceram jamais".
Um grande abraço daqui de nós.
Leia-se no final do verso;
ResponderExcluirAQUELA FAMÍLIA.
Mundim, fiquei sem palavras agora. Queria muito hoje divulgar uma poesia de João Bitu, meu irmão, vc teria nos seus alfarrábios? É uma que fala na saudade, na família,ele está na praia e eu queria fazer essa homenagem para meu irmão mais velho Pode ser? Aguardo
ResponderExcluirFrancesinha.
ResponderExcluirEu sei que Joaão Bitu tem uns poemas, mas eu não tenho nenhum deles.
Abraço da Major Joaquim Alves.
Tudo bem, Mundim, vou esperar que ele volte da praia. Tem e-mail para você, abra agora. Abraço Francesinha
ResponderExcluirMundim,tu bota é pra lascar logo.Tu fez Klébia Fiuza chorar lá na terra de Camões.Nem Camões fez ela chorar.Abraços.
ResponderExcluirEu com toda firmeza e fé em Deus
ResponderExcluirainda moro em várzea alegre minha terra Natal pois quem me trouxe para MS ainda criança Deus o levou e agora que estou sabidinha e sei o que quero vou realizar meu sonho só vai demorar mais um BUCADINHO
Mudim
ResponderExcluirVocê é um sábio da literatura de cordel. Vi Patativa refazendo sua Triste Partida. Mundim soube com maestria trazer o passado para o presente. O sertanejo agora viaja de ônibus e quando a situação melhora um pouco, ele visita a terrinha é voando!
Parabéns poeta!
O blog do Sanharol é uma verdadeira escola literário on-line!
Retificando.
ResponderExcluirMundim do Vale. Digitei mudim e a ausência do "N" o transformaria em um poeta mudo.