O verso vai para Luís Lisboa e o acróstico para a educadora Flor das Bravas.
Eu sou desse vale amado
Que São Raimundo adotou,
Um lugar abençoado
Onde Deus mais caprichou.
Sou papa de carimã,
Ova de curimatã
E ponche de araticum.
Sou recado de patrão,
Boneco de Damião
Sou criança no tutum.
Sou a pedra que rolou
Da serra até o riacho,
Bananeira que vingou
Mil bananas só num cacho.
Sou Luizão da cachaça,
Sou um comício na praça
Lotado de imbecil.
Sou um voto encabrestado,
Sou eleitor enganado
Nesse canto do Brasil.
Eu sou bacabal jogando
Na posição de zagueiro,
Sou Perna Santa pegando
Numa trave de goleiro.
Eu sou a mão de pilão,
A boca do cacimbão
E o pé de bode afinado.
Sou um canto de bendito,
Sou o careta Antonito
Numa festa de reisado.
Eu sou Zé Júlio fazendo
Pão nosso de cada dia,
Sou João Moreira batendo
Tijolos na olaria.
Eu sou o pistom de Prejo,
Sou rapadura do Brejo,
Sou parelha de verdura.
Sou a rua Antão Bitu,
Beco de Zé de Ginu,
E Alto da Prefeitura.
Eu sou Antônio Firmino
Vendendo fumo na feira,
Sou uma récoa de menino
No banho da Cachoeira.
Eu sou o cine Odeon,
Sou tamanco de Abidom
E Harmônica de Bié.
Eu sou a velha avenida,
A lagoa poluída
E a praça de Cuné.
Eu sou Inacim falando:
- Esse ano vai chover!
Sou André do bar botando
Chico Danga pra correr.
Eu sou o motor da luz,
Sou retrato de Jesus
E marreca de represa.
Sou carrapicho em carneiro,
Sou chuva de fevereiro
Sou piau na correnteza.
Sou Manoel de Pedim,
Sou Chico Segunda Feira,
Sou os versos de Bidim
Sou Banca de Bolandeira.
Sou o Arroz embuchando,
Sou o milho pendoando
E sou cabaça de mel.
Sou Recreio Social,
Sou jogo no Juremal
Sou poço de Seu Abel.
Eu sou o bolo ligado
Que João de Adélia fazia,
Sou o primeiro dobrado
Da salva do meio dia.
Sou lagoa do arroz,
Sou queijo e baião de dois
Sou um homem do roçado.
Sou gente que resistiu,
Sou um pedaço do Brasil
SOU DO VALE DO MACHADO.
Acróstico da minha terra.
Verde como uma vazante
Alegre por natureza
Rimada como amante
Zelada como princesa,
Esculpida é diamante
Agredida é indefesa.
Amada por sua gente
Local de paz e alegria
Espaço para a semente
Germinar a poesia.
Recanto sempre atraente
Estrada da harmonia.
Mundim do Vale
ACHO QUE SOU O PRIMEIRO A ASSUMIR; OS OUTROS FICARAM MAS NÃO TIVERAM A CORAGEM DE FALAR QUE TAMBÉM FICARAM. SEM PALAVRAS.
ResponderExcluirCom certeza, Claúdio Sousa, sem palavras, sem fôlego e olhos cheiiiiiiinhos de lágrimas.
ResponderExcluirMeu jardineirovale, acho que você não esqueceu ninguém, você é simplesmente genial. Amei! Obrigada, mais uma vez pelo carinho. O acróstico está lindo!
Abraços.
Flor das Bravas.
Meu caro primo Mundim
ResponderExcluirTu és rua do capim
És lagoa do arroz
Tu és mais do que nos dois
Tu és balde de cacimbão
É também mão de pilão
Que bate com os dois lados
Deixa um velho de olho inchado
Sem palavras pra agradecer
Mas eu adoro sofre
Se relembrar o passado
Dos meus tempo de menino
Neste sertão nordestino
No riacho do machado
Eita, meu Deus amado,
ResponderExcluircada dia a gente
descobre mais gente
poeta
nete Vale do Machado.
Muito bom saber desses valores.
Prezados amigos.
ResponderExcluirVoce contaram quantos conterraneos foram resgatados neste poema do Mundim? Salve o Mundim do Vale.
Cada dia, me emociono, me encanto e me ORGULHO MAIS dos nossos GRANDES talentos que estão sendo descobertos nesse espaço, BLOG do SANHAROL. Considero uma "importante" função do BLOG oferecer essa oportunidade, abrir suas páginas a tantos que precisam e desejam se revelar , se descobrir,...expressar suas mensagens,seus talentos, contar suas histórias, mostrando e resgatando VALORES...!!
ResponderExcluirBelíssimas as poesias do RAIMUNDINHO! Quanta beleza, quanta emoção, quanto carinho, quanta sabedoria, quanta lembrança....!!! imbutidos nesses versos???
RAIMUNDINHO,você,também é,o "DOCE" do alfinim de dona SANTANA.
É mais ainda..., um GÊNIO que nos honra e que nos engrandece... !!! P A R A B É N S ...!!! grande abraço...Isabel Vieira.
Pois eu sou daquela serra
ResponderExcluirQue Santa Joana adotou
Nunca esqueci minha terra
Pra onde Deus sempre olhou
Eu sou garapa de cana
Sumo de cana caiana
Sou a sombra do amor
Sou noite de lua e sanfona
Sou a latada de lona
Só num vivo de favor,
Seu poema está espetacular!
Abraço,
Claude
Poeta Cláudio Souza.
ResponderExcluirMão fique calado. Recite um poema.
Abraço de jatí.
Mundim do Cariri.
Flor das Bravas.
Enxugue as suas lágrimas e repita a leitura do acróstico, que foi desenvolvido para você.
Abraço conterrâneo.
Raimundinho.
Primo Luís Lisboa.
Seus verso tem a cara do sertão também.
Abraço da vazante.
Mundim.
Blog do Sanharol.
Você é o cara!
Só mesdmo você para ter a disposição de divulgar os nossos trabalhos.
Saudade do último encontro.
Mundim.
Izabel Vieira.
Que bom que você também aprecia as coisas lá de nós,e não podia ser diferente, porque foi no seu maravilhoso CHICO, que nasceu mais poetas em Várzea Alegre.
Eu soi sim o alfinim de Santana.
Abraço quase do Chico.
Raimundinho.
Flor da Serra Verde.
Você foi abençoada por Santa Joana.
Se tivesse como eu lhe daria uma garapa de cana, para você tomar numa latada de lona.
Seu verso parece com as coisas lá de nós.
Abraço quase do Crato.
Mundim.
Parabéns Nanum.
ResponderExcluirVocê está cada vez mais iluminado.
Você é um herói quando assume a grande responsabilidade de registrar e avivar o coração dos conterrâneos com os grandes valores da cultura de nossa Várzea Alegre.
lindo! meu poeta!
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