Em 1984 eu ia descendo de bicicleta para a cidade e perto de minha casa, em alta velocidade, encontrei algo no meio da pista. A princípio pensei que fosse um talão de cheques. Parei mais adiante e retornei para ver o que era. Não era cheque. Era um talão de Crédito Educativo da Caixa Econômica Federal, pertencente a Francisca Inãcio Bitu. Como eu vi que era gente da família joguei dentro da sacola que ia levando e segui minha viagem.
Cheguei em casa, achando que seria fácil descobrir a dona do documento, perguntei logo para minha mãe, mas ela respondeu:
Meu filho, na casa de Doca Bitu se assinam por Inãcio Bitu, mas lá não tem nenhuma Francisca. Comecei uma pesquisa, perguntando a um e a outro e nada. Oito dias depois, encontrei Tonha Alexandre, acompanhada por Maria de Doca, vindo da escola. Pensei comigo: agora eu descubro, e perguntei:
Tonha, quem é Francisca Inácio Bitu? Antes que ela me respondesse, Maria partiu na minha direção. de olhos aboticados e espantada, disse:
É Lúcia, minha irmã, o que foi que aconteceu com ela? Eu disse:
Calma, não aconteceu nada. Contei do talão que eu havia encontrado e ela mandou Antão ir pegar lá em casa, onde eu entreguei do jeito que achei.
Pois bem, três dias depois,as cinco horas da manhã, estava eu dormindo, quando minha mãe me acordou, dizendo:
Giovani, vem ver o que é que Doca Bitu quer com tu numa hora dessa. Eu pensei comigo, Veio pagar pelo favor que fiz.
Cheguei na porta, dei bom dia, ele respondeu, mas foi logo me perguntando:
Foi você que achou o carnê de Lúcia, minha fia? Eu respondi: foi eu sim, Seu Doca. Ele meteu a mão num saco que vinha trazendo cheio de queijo, e eu pensei: Eita, vai pagar com queijo, mais que nada, ele retirou do saco foi uma capanga, muito cheia, e eu mudei o pensamento: Ah, ele vai pagar é com dinheiro mesmo. Ele tirou foi o dito carnê e falou:
Eu só queria saber quem foi, prá eu saber se foi você que arrancou três páginas que estão faltando aqui dentro? Aí eu criei raiva e reagi: Eu, Seu Doca, eu ia ter todo esse trabalho para fazer uma coisa dessa? Prá que que eu ia querer isso?
Ele guardou de novo no saco, deu as costas, quando chegou no fim do terreiro, virou-se para trás e falou: Pois tá bom, se um dia seu pai perder os documentos e eu achar eu vem aqui entregar.
Geovane eu pensava que ia se repetir o episodio do frete do carro de Torrão: Pagamento efetuado com Borra. kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirGeovane, e pra que diabos tu ia querer uma coisa que é pra pagar?
ResponderExcluir"A ignorância astravanca o país!"
Meu nobre amigo Geovani, às vezes as aparências enganam. Ele uma vez emprestou dez litros de feijão de corda a meu pai para plantar e quando terminou o inverno chegou a nossa residência dizendo que só precisaria pagar 30 litros. Ali se fazia de besta para melhor passar. Grande cidadão, batalhador no campo do comércio aproveito para mandar um grande abraço a todos meus primos procedentes da família de Doca Bitu.
ResponderExcluirAtodos, muito obrigado pelos comentários.kkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirAté na hora das decepções, de ouvir injúrias e ser vítima de injustiça, mesmo assim temos que tirar proveitto e fazer graça. A vida é isso.
João Bitu realmente, Raimundo Alve Bitu (Doca) era aprimo legítimo d eminha mãe. E Rita, que era mais sabida que ele também. Aliás Doca Bitu era proibido por minha mãe d efazer negócio com meu pai (comprar algodaõ na folha, por exemplo. E Doca sempre respeitou e obedeceu esta orientação.
É um orgulho para nós esta sua consideração para conosco. Abraços a todos do Blog.
Se Doca fizesse um negócioe lascasse um, Rita dizia: quem mandou fazer negócio com Doca? Doca é sabido. Mas se Doca tomasse na tarraqueta, ela corria com um atestado de doido para desmanchar o negócio.
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