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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 17 de julho de 2011

EU NUM FAÇO IMPÉM - Por Mundim do Vale

Reprisado para o músico João Dino que gosta de histórias de circo.


Na semana santa em Várzea Alegre, é costume os afilhados pedirem a bênção aos padrinhos e receberem uma quantia em dinheiro, que chamam de jejum.
Era começo de semana santa e o circo Estrela Brasil estava sendo montado atrás da igreja de São Raimundo. Na calçada da igreja Dedé de Júlio conversava com Chico de João V8, quando Dedé disse:
- Eita! Na sumana qui vem o circo fica pronto. Tem paiaço acanaiado, macaco,Leão, trapezista e inté Lurdinha Suares cantando só de maiô, amostrando as chocha. Vai ser bom dimais da conta.
Chico atalhou:
De que qui adianta, se nóis num tem dinheiro pra entrar?
- É só nóis ir gritar paiaço.
- Gritar paiaço pai num dêxa não.
- Ontonse nóis entra pru dibaxo da lona.
- Dá certo tombém não, qui os impregado do circo açoita nóis.
- Arre égua nóis ramo perder a putaria.
- Ramo não. Eu tou pensando num prano,qui vai dá certo, Amenhã
quando Lino do Correi vier na rural, eu vou pedir pra ir mais ele inté
o Juazeirim, qui é prumode eu pidir a bença a meu padim zé Lunardo, aí quando ele me der uns trocado de jejum, eu pago a tua entrada tombém.
- E se quando chegar no bebedou a rural de Lino atolar?
- Aí eu tomo imprestado o burro de Zá Amanço e vou nele.
- E se quando chegar na Timbaúba o burro se acuar?
- Aí eu peço a bicicreta de Ferreira Custodo e vou nela.
- E se quando chegar no Jatobá a corrente se quebrar?
- Aí eu vou de apé
- E se der uma cambra nas tuas perna?
- Aí eu vou sarrastando na rebêra inté chegar na casa do meu padim Zé Lunardo.
- E seu teu padim zé Lunardo num tiver dinheiro?
Isbarra aí dedé! Tu já atolou a rural de Lino, Já acuou o burro de Zé Amanço, já quebrou a corrente da bicicreta de Ferreira Custodo, Já alejou minhas perna com cambra e agora quer dizer qui meu padim é liso. Apois fique sabendo qui eu num vou mais pagar a sua entrada não.
- Apois você pegue a rural, o burro, a bicicreta, seu padim Zé Lunardo, Lurdinha Suares e o circo Estrela Brasil e soque tudim no caneco, qui eu num faço impem.

10 comentários:

  1. Eita caba pessimista!
    Num deu uma ajudinha ao outro!
    Um abraço, Mundim.

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  2. Prezado Mundim este causo é digno de melhor postagem. Morrendo de ri.

    Abraços.

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  3. Das Bravas.
    Eu tentei fazer um comentário na sua postagem do salto alto, mas não conseguí. O comentário não era tão relevante, eu dizia apenas que você nunca precisou recorrer a salto elevado.
    Quando ao bloqueio acontece no seu blog e no da Fafá Bitu.
    Abraço alencarino.
    Mundim.

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  4. Morais. Escapei da Expocrato e fui parar em V.Alegre onde parabenizei o meu pai e visitei os amigos. Ainda deu tempo de colher mel de abelhas.
    Estou em Fortaleza, mas dia 20 estarei retornando para o Jati onde vou assistir o João Dino ao vivo.

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  5. Prezado Mundim.

    Um encontro memoravel. Mundim do Vale e João Dino.

    Parabens

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  6. Raimundinho, mande-me os comentários por e-mail e eu posto no corpo do Blog com todo prazer.
    Um abraço.

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  7. conheço essa história desde quando era inédita, mas toda vida que leio eu dou risada é muito boa

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  8. é eu tive que raimundinho lá na loja do nonato foi uma manhã muito boa de um bom papo e causo

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  9. Raimundo suas histórias são demais !!!!.rsrs. Vc consegue incluir nelas o palavriado, as localidades e as pessoas envolvidas de uma forma sensacional..Parabens !!!

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  10. Mundim, quanta saudades dos circos, na festa de Agosto; bela postagem querido. Abraço fraterno. Fátima.

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