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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O ENCONTRO DAS ARTES - Por Mundim do Vale.


O poeta Cláudio Souza me contou, que uma certa vez o poeta Patativa fez uma visita ao seu colega Bidim e no meio de muitos improvisos, Bidim deu dois motes para Patativa. Como na época ninguém tinha o cuidado de gravar essa arte ficou perdida.
Cláudio por ser cuidadoso lembrou-se dos dois motes. Eu como tive a felicidade de conhecer os dois e tenho bastante trabalhos deles, vou tentar aqui desenvolver os motes, mas sem nunca querer me comparar aos dois expoentes da cultura popular.
MOTE – I
A CACHAÇA JÁ CHEGOU
FALTA AGORA A CAJARANA.

Já chegou a aguardente
Do alambique da Chapada,
Eu tomei uma lapada
Fiquei com o juízo quente.
Tá me faltando o repente
Porque tomei dessa cana,
E a danada dessa insana
O pé do verso, quebrou.
A CACHAÇA JÁ CHEGOU
FALTA AGORA A CAJARANA.

Isso é coisa de Bidim
Que me trouxe essa cachaça,
Não vejo nenhuma graça
Receber presente ruim.
Eu sou conhecido assim
Com improsivo bacana,
Mas durante essa semana
O mundo todo rodou.
A CACHAÇA JÁ CHEGOU
FALTA AGORA A CAJARANA.


MOTE – II
TERRA BOA DE ARROZ
MAS DE CAJARANA NÃO.

Terra de Mestre Silvino,
De Bidim e Antônio Pequeno,
Terra do Vale sereno
Que inspirou Zé Clementino.
Onde Pedro Severino
Fez a sua previsão,
De fartura no sertão
Pra muito baião de dois.
TERRA BOA DE ARROZ
MAS DE CAJARANA NÃO.

Terra que tem adotado
Cortar pé de cajarana,
Que quase toda semana
Fazem uso do machado.
Eu posso até ser quadrado
Mas não gosto dessa ação,
Quem corta uma plantação
Vai sentir falta depois.
TERRA BOA DE ARROZ
MAS DE CAJARANA NÃO.


Comentário do autor:

Quem costuma mandar cortar pé de cajarana, é uma galêga réa predadora, lá das banda daculá.


4 comentários:

  1. ESSE ENCONTRO SE DEU POR INTERMEDIO DO PROF E RADIALISTA JORGE PINHEIRO QUANDO O MESMO ERA APRESENTADOR DO PROGRAMA SERTÃO FORRÓ E VIOLA NA RADIO CULTURA DE V. ALEGRE. O RADIALISTA TROUXE DO AÇARÉ O PATATIVA CONVIDOU AINDA BIDIM E CHICO DE AMADEU PARA PARTICIPAREM DO MESMO PROGRMA. O SEMPRE COMPANHEIRO DE SEU CHICO EXPEDITO DA PANDEIRO HAVIA TOMADO UMAS ANTES DE VIR PRA RADIO E CHEGOU FALANDO COM PATATIVA COM O TRADICIONAL CHEIRO DA BEBIDA. NO QUE O POETA DE IMEDIATOO CRIOU O 1º MOTE; O SEGUNDO FOI QUANDO AO SAIR DA RADIO TODOS SE DESTINARAM AO UM BAR LOCALIZADO VIZINHO A PREFEITURA MUNICIPAL QUE ERA DE PROPRIEDADE DO Sr. LEANDRO CLEMENTINO. O MESMO OFERECEU OS FRUTOS PARA TIRA GOSTO, SENDO QUE NAQUELE ANO OS FRUTOS TINHAM UM TAMANHO BEM PEQUENOS EM RELAÇAO AOS DE COSTUME.DAI O POETA MAIS UMA VEZ ATACOU.

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  2. Olá Mundim. A cajarana como tira-gosto eu também não gosto, mas adoro a cajarana e fala pra galega que também é crime cortar essa árvore. kkkkk Também não vou compará-lo com o Patativa,(agora, hahahahahah... mas você foi bem! Abraços e Boas-Festas pra você e família e de contra-peso Um Feliz Natal pra Cláudio Sousa.

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  3. Esse Antonio Pequeno é o mesmo que conheci?

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  4. Caro Mundim:essa é do Patativa e vai todinha para você.

    No verdô da minha idade
    Mode acalentá meu choro
    Minha vovó de bondade
    Falava em grandes tesôro
    Era históra de reinado
    Prencesa,principe incantado
    Com feiticêra e condão
    Esas hitória ingraçada
    Tá selada e carimbada
    Dentro do meu coração
    Mas porém eu sinto e vejo
    Que a grande sodade minha
    Não é só de história e beijo
    Da querida vovozinha
    Demenhanzinha bem cedo
    Sodade dos meus brinquedo
    Meu bodoque e meu bornó
    O meu cavalo de pau
    Meu pinhão,meu birimbau
    E a minha carça cotó.

    PATATIVA DO ASSARÉ.
    Digo e não peço segredo.
    Pg 15

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