Raimundo Gonçalves da Costa, o conhecido Raimundo Mandu, assim chamado porque residia no sitio Mandu, era um homem serio, carrancudo, não admitia brincadeira, nada de querequequé ou munganga. Sua palavra era sempre a ultima. Dizem que só perdia para os do Atoleiro. Os do Atoleiro são sem iguais.
Certa vez, voltava da roça com uma espingarda de dois canos debaixo do braço, deu uma topada tão condenada que arrancou a unha do dedão do pé. Com um passo atrás, mirou com a espingarda e meteu chumbo na pedra. Depois olhou o dedão escorrendo sangue e perguntou: tava cego? Aprumou o outro cano da espingarda e meteu chumbo no dedo. Por essa você tira as outras.
Conta-se que estava na roça com dois filhos e eles engenharam um plano para serem liberados no período da tarde, pois era desejo assisti o jogo do Brasil na casa de Joaquim de Chico Inácio. Plano pronto faltava apenas quem apresentasse a proposta para o velho. O filho mais novo se dispôs: Pai, se nós limparmos este eito até o pé de Muquém o senhor nos libera para ir ver o jogo? O velho resmungou e respondeu: se vocês limparem toda essa área até o meio dia eu dou é o manossilabo.
Os meninos meteram a enxada pra valer e quando Dona Aurora chegou com o almoço já tinham terminado o serviço. Enquanto almoçavam era um quiri quiqui danado. Dona Aurora, a mãe dos meninos, estranhou o comportamento dos filhos e perguntou: o que houve que vocês estão com esse achamento de graça besta? O mais novo, novamente, disse: Mãe, é que pai disse que se nós limpássemos essa parte toda até o meio dia, ele era capaz de dar o monossílabo. E, nós limpamos!
Dona Aurora botou as mãos na cintura e esbravejou: Pois é Raimundo, agora dê, pra que prometeu, os bichim num ganharam!
Atirar numa pedra, perguntar se o dedo estava cego, depois atirar no dedo e, arriscar o monossilabo numa aposta só pode ser coisa de gente pra lá de grossa. Mas não pense que é brincadeira. Foi verdade. Aconteceu.Os meninos foram assistir ao jogo e o Brasil foi eliminado pela França nos pênaltis.
ResponderExcluirPrimo Morais teve um caso de um cidadão que morava na Boa Vista, ele foi acometido de uma pana riso no dedo, não resistindo às dores colocou-o num cepo e em seguida mandou sua esposa cortar com um facão. Afonso Doido chegou à fogueira de São João na casa de Joaquim Bitu, pegou um tição e em seguida começou a tirar sua barba. Essa eu assisti de camarote. Realmente são muitos fatos históricos interessantes que aconteceram e acontecem com o nosso povo de Várzea-Alegre.
ResponderExcluirPrezado primo João Bitu.
ResponderExcluirOs dois causos citados por você são veridicos. Raimundo de Jose Vicente de Satiro, colocou o dedo afetado na boca do pilão e mandou o facão que a cabeça do dedo caiu no chão. Afonso Doido o nome já diz era doente mental. Tirava a barba com um tição.
Muita bom o causo e os comentários.
ResponderExcluirMas há quem diga que espingarda de dois canos é boa pra matar dupla sertaneja.
UM CIDADÃO MUITO VALENTE, QUE MORAVA NA ZONA RURAL DE ICÓ (NÃO VOU CITAR O NOME PORQUE FILHOS E NETOS AINDA ESTÃO VIVINHOS DA SILVA, E PODEM QUERER MAIS EXPLICAÇÕES), TINHA COSTUME DE ATIRAR NOS MORADORES DA PROPRIEDADE DELE. DESOBEDECEU, FALOU ALGUMA BESTEIRA, FEZ ALGUMA COISA ERRA, O CASTIGO ERA BALA DE 38. ELE ERA CONHECIDO POR SUA VALENTIA E PERVERSIDADE.
ResponderExcluirE NUM MOMENTO DE EXTREMA RAIVA, AO PUXAR O REVOLVER PARA ATIRAR EM UM DOS MORADORES, O NÊGO CORREU PRÁ NÃO MORRER.
ELE SAIU CORRENDO ATRÁS, MAS JÁ IDOSO, COM A VISTA RUIM, ESCORREGOU NA CALÇADA, E POR ISSO ERROU O TIRO.
AUMENTOU MAIS A SUA FÚRIA. E NAQUELE ÁPICE DA IGNORÂNCIA, ELE ATIROU NO PRÓPRIO PÉ, PORQUE ESCORREGOU...
NA FESTA DO SENHOR DO BONFIM, QUANDO ELE VINHA PRÁ RUA, O COMENTÁRIO ERA GERAL: ESSE VELHO ANDA CAXINGANDO DESSE JEITO PORQUE DEU UM TIRO DE 38 NO PRÓPRIO PÉ...