A morte é o único ato que se tem como certo. É democrática e dela ninguém foge. No Brasil, diariamente, morrem centenas de seres humanos pelas mais diversas razões e motivos. Assassinatos, desastres de automóveis, de motos, e, o pior, morre gente na porta do hospital por falta de atendimento, morre gente porque não tomou o remédio que a lei lhe assegura e o gestor publico não lhe fornece, morre gente porque o exame que precisava fazer estava marcado para dois anos depois, e, não deu para esperar. E a seca? Essa perversa maldição que começa matando pela esperança e sonhos, e, termina liquidando com o corpo por inanição.
São centenas de mortes diárias, espalhadas num universo, nessa imensidão territorial que é o Brasil. Mas, o povo brasileiro é indiferente e insensível a esse tipo de defunto. O marqueteiro não manda a presidente ir chorar no velório. O Papa não reza nem manda rezar. Porém, quando cai um avião na Amazônia, quando acontece um acidente numa casa de vadiação, é aquele alarido, aquela comoção.
Já não dá mais para se ter duvidas, no Brasil, o valor do morto está na sua condição financeira, na classe social que pertence. É bom ter consciência que não existe mortos de primeira ou segunda classe, pra cada uma dessas centenas de pessoas que morrem, diariamente, na imensa escuridão do desconhecimento, existe uma mãe, uma esposa, um filho que também choram. As lágrimas do pranto e do sofrimento são iguais pra uns e outros.
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