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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O ex-miserável que continua paupérrimo - por Augusto Nunes



Às vésperas da celebração dos 10 anos da Descoberta dos Cofres Federais, a presidente da República animou a quermesse do PT com outra notícia assombrosa: falta muito pouco para a completa erradicação da miséria em território nacional. “Mais 2,5 milhões de brasileiras e brasileiros estão deixando a extrema pobreza”, informou Dilma Rousseff em 17 de fevereiro. Eram os últimos indigentes cadastrados pelo governo federal. Graças aos trocados distribuídos pelo programa Brasil Carinhoso, todos passaram a ganhar R$ 71 por mês. E só é miserável quem ganha menos de R$ 70. Passou disso, é pobre.

Nesta segunda-feira, depois de cumprimentar-se pela façanha, Dilma reiterou que o miserável-brasileiro só não é uma espécie extinta porque cerca de 500 mil famílias em situação de pobreza extrema estão fora do cadastro do Bolsa-Família. “O Estado não deve esperar que essas pessoas em situação de pobreza extrema batam à nossa porta para que nós os encontremos”, repetiu. Serão encontrados até dezembro de 2014, prometeu no Café com a Presidenta. Estejam onde estiverem - num cafundó da Amazônia ou no mais remoto grotão do Centro-Oeste -, serão obrigados a subir na vida.

Enquanto isso, perguntam-se os que não perderam o juízo, que tal resolver a situação dos incontáveis pedintes visíveis a olho nu, o dia inteiro, nas esquinas mais movimentadas de todo o país? O que espera a supergerente de araque para estender os braços onipresentes do governo às mãos de crianças que vendem balas, jovens com malabares, adultos que limpam parabrisas sem pedir licença, mulheres que sobraçam bebês, velhos hemiplégicos e outros passageiros do último vagão? Porque não são miseráveis, informam os especialistas em ilusionismo estatístico a serviço dos farsantes no poder.


2 comentários:

  1. Pior é o fato de dar ao POBRE a falsa condição de que não precisa mais trabalhar para ninguém por conta desses míseros R$ 71,00 mensais...

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  2. Agradeço o seu acesso e o seu comentário.

    Esse pessoal que tem um cartão corporativo, que chega em Paris e compra uma pulseira por 36 mil reais, não sabe o que se compra com 71,00 numa bodega.

    Conforme informações da imprensa a compra acima foi feita por Lurian, filha do Lula. Imagine o que andou comprando a Rosemary.



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