Em Juazeiro do Norte, antes da lei do desarmamento era fácil o interessado comprar uma arma de fogo. Conta-se que no tempo da revolução, a Decima Região Militar, mandou um tenente disfarçado fazer um levantamento sigiloso sobre o assunto e quando ele retornou ao quartel fez um relatório bastante resumido: Juazeiro tem mais armamento e munição que a Decima Região Militar, isso sem falar nas fabricas de espingardas e de escopetas.
Depois da proibição do uso de armas a Policia Federal começou a recolhê-las, estipulando um preço para cada tipo. A espingarda de caça comum seria recebida por cem reais. Na época uma socadeira era vendida, nas feiras e lojas especializadas por 30,00. Então a novidade desencadeou na cidade uma verdadeira corrente do ouro.
No primeiro dia, o posto de recolhimento da PF recebeu um absurdo de lazarinas, no segundo também e no terceiro já faltava espaço para o arsenal.
No quarto dia, apresentou-se um rapazote com um braçado de socadeiras, ainda escorrendo tinta das coronhas. Aí a ficha caiu! O negocio era muito bom, com um lucro de mais de 200%, valia a pena esperar o dinheiro sair.
Quando o agente viu aquela arrumação, ficou colérico:
De onde você está trazendo isso? E o entregador com cara de lesado; Foi um veio que mandou eu entregar.
O recebimento foi suspenso e o preço da socadeira recalculado para baixo.
Cel. Ronald Brito.
Gente esperta, não perde oportunidades.
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