Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 13 de abril de 2014

O feitiço contra o feiticeiro - Por Ruy Fabiano


Imagine-se o quadro atual às avessas: o escândalo da refinaria de Pasadena protagonizado pelo PSDB, com o PT na oposição. Alguém tem dúvida de que os petistas estariam mobilizando suas milícias país afora em prol de uma CPI; que estariam pedindo o impeachment do presidente da República?

As sucessivas campanhas eleitorais mostram que o PT se nutre do escândalo – não dos seus, mas dos alheios. Não havendo um, trata de inventá-lo. Para tanto, o partido montou uma usina de dossiês e a pôs para funcionar em todas as eleições da era da redemocratização. A usina, registre-se, continua na ativa.

Na eleição passada, violou o sigilo fiscal de José Serra e de sua filha, em busca de uma falcatrua. Não a encontrando, tratou de providenciá-la, sem se dar conta de que o efetivo escândalo era justamente a violação de dados sigilosos da Receita Federal.

Descobriu-se, na sequência, que os funcionários que executaram o crime eram militantes de carteirinha.

Nas eleições de 2006, houve o escândalo dos aloprados. Petistas próximos a Lula, incluindo um assessor direto do hoje ministro Aloizio Mercadante, que então disputava o governo de São Paulo, foram flagrados e presos com uma bolsa cheia de dinheiro – R$ 1 milhão e quebrados - para comprar um falso dossiê contra Serra, que também disputava o governo paulista.

Não deu certo, Serra foi eleito, a farsa desmascarada, mas o partido não se mostrou - jamais se mostra – constrangido diante de flagrantes. Faz como a adúltera de Nélson Rodrigues: nega tanto que chega a ter dúvidas sobre o delito que praticou.

Pode haver declaração mais hilária que a de José Dirceu, ao garantir, em relação ao Mensalão, que “estou cada vez mais convencido de minha inocência”? O deputado Vicentinho, do PT, acaba de ouvi-la, nos mesmos termos, de André Vargas. Não deixa de ser um interessante exercício de autoconvencimento: iludir-se antes de tentar iludir o público.

Nenhum comentário:

Postar um comentário