Ao centro o patriarca do clã Vieira - Vicente Vieira, esposa, filhos, genros, noras e netos.
No final de Fevereiro de 1969 cheguei ao Crato para fazer o colegial. Trazia uma carta do meu pai solicitando ao professor Vieirinha minha matricula no Colégio Estadual. Ele era o diretor do turno da tarde.
O encontrei na Livraria Católica empreendimento do professor em sociedade com José do Vale Arraes Feitosa.
Disse que era de Várzea-Alegre e que naquela carta o meu pai solicitava minha matricula no colégio em que ele era diretor.
Ele apanhou a carta na mão, não abriu o envelope, consequentemente não a leu, e, escreveu a significativa palavra por fora do envelope: Faça-se! E, me mandou procurar Zuleide na secretaria do colégio que também era de Várzea-Alegre.
Na primeira aula de português, ele entrou na sala, olhando mais para o teto do que para os alunos, um cigarrinho aceso numa mão e um giz na outra e escreveu no quadro negro: "A moça que se pinta, pinta o sete".
Terminada a aula estávamos todos doutores em analise sintática. Depois do mais elevado método de ensinar ele testava os alunos. Discutia com - os Mendes, Aluísio e Antônio, Luiz Antônio Feitosa, Jonas, Mário Frota, Raimundo Augustinho, Almir Bernardo, Chico Rainha, Cesário, Dedé era o seu filho Dr. Flávio, as Fátima, eram tantas na sala, "Alencar, Arraes e Cunha", Pedro Aírton, Doralice Epaminondas, Dione, Helenice, Ângela, Antônio Primo, Leírton, Elmano, Anário, os paraíbas "Dê e Demir, Severiano, Rajalegue, assim ele me chamava. Lembro todos, aí uma amostra dos 31 que formavam a classe. A aula terminava rápido de tão aprazível e prazerosa que era.
Eu tinha uma verdadeira predileção pelo professor Vieira. Ele passou uma temporada no Recife e retornando ao cariri foi residi na fazenda na cidade de Potengi. Lá tive a honra e o prazer de visitá-lo varias vezes, conversávamos feito pai e filho, como grandes amigos. Era prazeroso vê-lo com uma mamadeira de leite alimentando os burregos enjeitados.
Vieira foi pra mim aquele ídolo pelo qual hoje rego as suas lembranças com as lágrimas da saudade.
Morais, os ensinamentos do Professor Vieira foram a base que tenho até hoje da língua portuguesa e que foi decisivo nos concursos que participei. Além de grande professor foi um grande educador. Será inesquecível na minha vida. Agradeço sempre a Deus pela oportunidade de conviver, mesmo que por pouco tempo, com o querido mestre.
ResponderExcluirRaimundo Nonato Rodrigues, o Dê citado em sua matéria.
João Pessoa, 28 de maio de 2014.