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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 10 de fevereiro de 2024

Vieirinha - Por Antonio Morais.


Ao centro  o patriarca do clã Vieira - Vicente Vieira, esposa,  filhos, genros, noras e netos.

No final de Fevereiro de 1969 cheguei ao Crato para  fazer o colegial. Trazia uma carta do meu pai solicitando ao professor Vieirinha  minha matricula no Colégio Estadual. Ele era o diretor do turno da tarde.

O encontrei na Livraria Católica empreendimento  do professor em sociedade com José do Vale Arraes Feitosa. 

Disse que era de Várzea-Alegre e que naquela carta o meu pai solicitava minha matricula no colégio em que ele era diretor. 

Ele apanhou a carta na mão, não abriu o envelope, consequentemente  não a leu, e, escreveu a significativa palavra por fora do envelope: Faça-se! E, me mandou procurar  Zuleide na secretaria do colégio que também era de Várzea-Alegre.

Na primeira aula de português, ele entrou na sala, olhando mais para o teto do que para os alunos, um cigarrinho aceso numa mão e um giz na outra e escreveu no quadro negro: "A moça que se pinta, pinta o sete". 

Terminada a aula estávamos todos doutores em analise sintática. Depois do mais elevado método  de ensinar ele testava os alunos. Discutia com  -  os Mendes, Aluísio e Antônio, Luiz Antônio Feitosa, Jonas, Mário Frota, Raimundo Augustinho, Almir Bernardo, Chico Rainha, Cesário, Dedé era o seu filho Dr. Flávio, as Fátima, eram tantas na sala, "Alencar, Arraes e Cunha", Pedro Aírton, Doralice Epaminondas, Dione, Helenice, Ângela, Antônio Primo, Leírton, Elmano, Anário, os paraíbas "Dê e Demir, Severiano, Rajalegue, assim  ele me chamava. Lembro todos, aí uma amostra dos 31 que formavam a classe. A aula  terminava rápido de tão aprazível e prazerosa que era.

Eu tinha uma verdadeira predileção pelo professor Vieira. Ele passou uma temporada no Recife e retornando ao cariri  foi residi na fazenda na cidade de Potengi. Lá  tive a honra e o prazer de visitá-lo varias vezes,  conversávamos feito pai e filho, como grandes amigos.  Era prazeroso vê-lo com uma mamadeira de leite alimentando os burregos enjeitados.

Vieira  foi pra mim aquele ídolo pelo qual  hoje rego as suas lembranças com as lágrimas da saudade.

Um comentário:

  1. Morais, os ensinamentos do Professor Vieira foram a base que tenho até hoje da língua portuguesa e que foi decisivo nos concursos que participei. Além de grande professor foi um grande educador. Será inesquecível na minha vida. Agradeço sempre a Deus pela oportunidade de conviver, mesmo que por pouco tempo, com o querido mestre.

    Raimundo Nonato Rodrigues, o Dê citado em sua matéria.

    João Pessoa, 28 de maio de 2014.

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