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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 22 de maio de 2016

Coisas da República: Dr. Ulysses estava certo -- por Rangel Cavalcante (*)


  Jamais se viu um deputado cuspindo na cara de outro em toda a história do Brasil.
 

Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) cospe no rosto do deputado Jair Bolsonaro 
durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff

A decisão do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), já revogada por ele mesmo, de anular as sessões da Câmara que deram seguimento ao processo de impeachment de Dilma foi apenas uma amostra a mais do estado a que chegou o nosso Congresso Nacional, hoje um amontoado de parlamentares despreparados, muitos envolvidos em processos criminais, principalmente de corrupção. A baderna tomou conta do Legislativo. Jamais se viu um deputado cuspindo na cara de outro em toda a história republicana. O Sr. Waldir Maranhão jamais poderia ser presidente de uma das Casas do Congresso com a ficha que tem, à qual se soma um despreparo notório para o exercício de qualquer função pública. Mesmo assim chegou lá.
O Brasil é hoje visto pelo resto do mundo como uma republiqueta tamanho-família, tais os espetáculos deprimentes que tem exibido nos últimos anos. O que estamos vivendo é algo nunca visto na história deste País, como diria o companheiro Lula. O País está praticamente parado. O Governo abandonou completamente a administração e somos o maior mostruário de escolas, hospitais, portos, rodovias sucateadas. E ainda transformou-se num imenso celeiro da corrupção e da incompetência. Esse episódio da anulação mostra um somatório de incompetência, ignorância e teimosia.
O deputado Maranhão foi advertido por seus companheiros de mesa para o fato de que não poderia fazer a besteira que fez. Teimou e foi em frente para depois, diante das reações, revogar tudo. Esse é mais um momento que deve servir ao eleitor que vai às urnas neste ano, para que aprenda a votar nas eleições de 2016, quando serão escolhidos prefeitos e vereadores em todo o País. Eles são as bases que elegem depois os congressistas e o próprio presidente da República. Ulysses Guimarães disse que "um novo Congresso será sempre pior do que o anterior". Tem sido assim. Só você pode mudar.


(*) Rangel Cavalcante é jornalista. Artigo publicado no "Diário do Nordeste", 21-05-2016.

             

2 comentários:

  1. A representação federal do Rio de Janeiro faz chorar de tão ordinária. É isso, cada povo tem a representação que elege, que merece.

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  2. Em entrevista depois de ter cuspido em Bolsonaro, o deputado federal Jean Wyllys afirmou textualmente:
    “"Depois de anunciar o meu voto NÃO ao golpe de estado de Cunha, Temer e a oposição de direita, o deputado fascista viúva da ditadura me insultou, gritando 'veado', 'queima-rosca', 'boiola' e outras ofensas homofóbicas. Eu reagi cuspindo no fascista. Não vou negar e nem me envergonhar disso. Não vou me calar e nem vou permitir que esse canalha fascista, machista, homofóbico e golpista me agrida ou me ameace. Ele cospe diariamente nos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais”.
    É isso aí! É esta a Câmara Federal da República brasileira...
    Misericórdia, ó Paí! A que ponto chegamos...

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