Muito simples: ou o país se rebela e exige a volta da presidente Dilma ao cargo, ou o governo do presidente em exercício Michel Temer fracassa rapidamente. À falta de outro presidente, Dilma voltaria.
A primeira hipótese é impossível. Não haverá rebelião porque a esmagadora maioria dos brasileiros é a favor do impeachment de Dilma. E a culpa é dela que mentiu muito e governou pouco e mal.
De resto, legou a Temer uma herança maldita cuja verdadeira dimensão ainda não foi bem avaliada até aqui. Os números oficiais, que estão sendo garimpados, ou estão errados ou foram manipulados.
Na primeira semana de governo, Temer ficou sabendo que o rombo nas contas é superior ao que Dilma havia previsto para este ano. O déficit fiscal passará de R$ 96,7 bilhões para R$ 170 bilhões.
O novo ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, assustou-se há dois dias com a informação de que 1.400 servidores estão lotados no seu gabinete no Palácio do Planalto.
O total de servidores do palácio é superior a seis mil. Se toda essa gente fosse obrigada a comparecer ao seu local de trabalho não haveria espaço suficiente para abriga-la – a não ser de pé.
Há 50 mil unidades do programa Minha Casa Minha Vida prontas, segundo o novo ministro de Cidades. Dilma planejava entrega-las aos poucos para poder participar de um maior número de inaugurações.
Quanto ao fracasso do governo Temer, outro meio no qual Dilma acredita para salvar-se do impeachment: é improvável que isso ocorra antes de o Senado cassar o mandato e os direitos políticos da presidente afastada.
Temer foi competente ao escalar um time de primeira para cuidar da economia. O resto do time foi escalado pelos partidos em troca de garantir a Temer maioria para vencer a batalha final contra Dilma.
A primeira fornada de medidas econômicas será despachada na próxima segunda-feira para o Congresso. É da tradição do Congresso aprovar tudo o que um presidente debutante pede.
A Justiça costuma fingir não ver defeitos nas medidas inaugurais de um um governo novo. Sim, falta respaldo popular a Temer. Mas sua legitimidade é indiscutível e o momento muito grave.
Resta a Dilma ocupar-se com eventos promovidos pela militância do PT, que não tem esperança na volta dela, mas que está empenhada em desgastar o novo governo.
Bem, se isso pode sossegar seu espírito, ótimo.
Comprar voto de senador, a esta altura, está difícil. Resta-lhe, na qualidade de eximia mentirosa mentir, quem sabe os senadores acreditam e mudam os seus votos. Que sonhe, sonhar faz bem.
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