“Caos da República”: Camargo Corrêa negocia "superdelação" que pode envolver 200 políticos
Segundo a matéria, as delações devem envolver cerca de 200 políticos, inclusive nomes importantes do governo de Michel Temer
NA FILA - O presidente, Michel Temer, o ex-ministro Antonio Palocci, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o senador Romero Jucá: problemas à vista na Lava-Jato com a delação da Camargo Corrêa (Sergio Dutti; Reuters/Rodolfo Buhrer; Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo; Rose Brasil/ABR)
Reportagem de VEJA desta semana revela que a Camargo Corrêa, uma das maiores empreiteiras do país, negocia com a Procuradoria-Geral da República uma segunda leva de delações, nos moldes do acordo feito pela Odebrecht, que deve envolver a colaboração de cerca de quarenta executivos e até acionistas e alcançar em torno de 200 políticos, inclusive expoentes do governo de Michel Temer. A Camargo Corrêa promete até exumar o cadáver da Operação Castelo de Areia, que tinha a construtora no centro do escândalo – uma engrenagem que envolvia corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro – e que foi abortada pela Justiça.
Quando isso ocorreu, porém, já se sabia que Temer aparecia 21 vezes nas planilhas, ao lado de outros figurões da República, como os ministros Gilberto Kassab (PSD) e Mendonça Filho (DEM) e os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Romero Jucá (PMDB). A superdelação também trará novos problemas para Antonio Palocci, principal interlocutor da empreiteira nas gestões do PT. Se Brasília já não dormia pela expectativa da delação da Odebrecht, apelidada de “fim do mundo”, o clima vai ficar ainda mais tenso: o mundo pode acabar duas vezes.
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A Justiça Federal no Ceará aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-governador do Ceará, Cid Gomes, a empresa Corte Oito Gestão e Empreendimentos – de sua propriedade – e outras sete pessoas. Segundo apurou o MPF, Gomes contraiu o empréstimo quando ainda era o chefe do Executivo cearense. O dinheiro foi usado para construção de galpões em um terreno pertencente ao político.
Segundo a denúncia, a operação financeira não respeitou as regras estabelecidas pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que foi a linha de crédito usada por Cid Gomes.
O MPF afirma que além de questões formais, foram comprovadas falhas no controle interno do bando que superdimensionou o faturamento da empresa para a liberação do empréstimo.
O processo vai tramitar na 10ª Vara da Justiça Federal no Ceará. Na análise do recebimento da ação, de autoria do procurador Oscar Costa Filho, o juiz federal Alcides Saldanha Lima, decidiu que os acusados responderão por atos tipificados na Lei de Improbidade Administrativa: lesão ao erário e violação dos princípios da administração pública.
Além de Cid Gomes são réus na ação, o seu sócio Ricardo Sérgio Farias Nogueira, cinco funcionários do banco – Acy Milhomem de Vasconcelos, Micael Gomes Rodrigues, José Welington Tomas, André Bernard Pontes Lima e Richardson Nunes de Meneses – e o então superintendente da instituição, João Robério Pereira de Messias.
OPINIÃO DOS LEITORES
A atual crise política, econômica e social do País, com enorme nível de violência e insegurança, é resultado da própria escolha realizada pelos eleitores durante uma importante consulta.
Em 1993, a maioria votou a favor do presidencialismo no plebiscito, mantendo um regime que nunca deu certo no Brasil e, portanto, se manifestando contra qualquer reforma política.
Deu no que deu...
Luiz Roberto da Costa Jr. E-mail: lrcostajr@uol.com.br
Prezado amigo Armando Rafael - Eu acho que os brasilienses carecem com urgência disseminarem a ideia que o lixo não é de Brasilia. Os estados federados é que estão enviando o lixo da mais ordinária qualidade para lá.
ResponderExcluirQuanto as delações virou farinhada. Cada dia surgem umas por cima das outras. Já há provas suficientes para condenar e por toda essa raça na cadeia.
O que falta é pulso da justiça ou melhor, a justiça se nivela aos criminosos em muitos casos.
Uma vergonha.