“Seu” Antônio, de Juazeiro do Norte, era um velho bronco que vivia constantemente de mau humor. Estava sempre a observar os cartazes de filmes nos cines Eldorado e Capitólio, ambos na rua Santa Luzia.
Certa feita, sentou-se numa poltrona vizinha à que eu estava. Quando apareceu na tela o famoso leão da Metro Goldwyn Mayer anunciando o filme, “seu” Antônio levantou-se abruptamente da cadeira e reclamou alto e bom som: “Eu já assisti essa porra”!
Imaginava ele se tratar de uma película já havia visto em função do leão famoso da companhia cinematográfica americana. Se seu Antônio fosse vivo e acompanhasse o futebol brasileiro de hoje, certamente acharia os times muito parecidos uns com os outros. Provavelmente se levantaria da poltrona imaginando se tratar de um tape.
Quando um jogo desagrada é comum o torcedor brasileiro xingá-lo com a famosa e antiga frase: “Ô dois times parecidos”! Esquemas e jogadas são repetidos exaustivamente. O líder enfrenta o lanterna e as diferenças na qualidade do futebol não são facilmente percebidas. Uns melhoram ao longo de um campeonato porque os outros pioram.
Até os debates se tornam vazios. Sem dúvidas padecemos da falta de grandes times.
Botafogo de Garrincha, Didi, Nilton Santos, Quarentinha e Zagalo; Santos de Pelé, Coutinho, Gilmar e Pepe; as várias academias do Parque Antártica formadas pelo Palmeiras de Valdir, Djalma Santos, Zequinha, Chinezinho, Dudu, Ademir da Guia, César, Vavá; Flamengo de Zico e cia. e outros grandes esquadrões, não passam de retratos amarelados na parede.
Essa é uma das muitas causas do empobrecimento do futebol bonito de se ver que sempre tivemos.
Não se trata de má vontade, ou saudosismo, da crônica e do torcedor, nessa constatação.
Não há como comparar a rapaziada da foto com os de hoje em dia. A foto era composta de homens sérios, honrados e formação personificada nos bons costumes. A ganancia dos de agora é capaz de torná-los bandidos, sonegadores de impostos e criminosos.
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