A
ideia inicialmente era boa. O Facebook é uma rede social lançada em
2004 e que hoje ultrapassa 1 bilhão de usuários, sendo por isso a maior
rede social em todo o mundo. Existem, é verdade, boas postagens. Com
mensagens construtivas, compartilhamentos fraternos, bons e
verdadeiros vídeos e lindas fotos. Mas confesso que nunca me conformei
com o número de pessoas que usa o facebook apenas para exibir suas
boçalidades; vender suas ideias pessoais ou ideologias de luta de
classe, e falar mal -- sempre atacando irracionalmente -- quem pensa
contrário. E, o pior, esses espíritos do mal, espargem seu ódio
irracional e ainda se julgam “O Rei da Cocada Preta”. Iludem-se
pensando que vão influenciar o comportamento de outros. Pelos frutos se
conhecem as árvores! Li o interessante o artigo (que transcrevo parte
abaixo) o qual compartilho com o leitor um pequeno texto, por ser um
escrito longo, mas lógico:
O Brasil carcará -- Por Péricles Capanema
Procurava subsídios para artigo e encontrei aos montes o que não
esperava. Foi assim. Em vez de fixar a atenção apenas nas colaborações
para os sites políticos das mais variadas orientações, voltei-a para a
seção de comentários. Deparei-me com o horror. Mares de opiniões
pavorosas pela irreflexão, superficialidade, insciência, despropósito,
primarismo e boçalidade; aqui e ali, pérolas nos brejos, observações
inteligentes.
Aproveitei o embalo e, para verificar se o fenômeno era generalizado,
fui espiar por alto repercussões em sites de futebol, mundo do
espetáculo e algo mais. Mesma coisa. Propositadamente deixo de lado o
enorme monturo da linguagem chula e dos palavrões. Não recomendo a
peregrinação deprimente.
Lembrei-me quase automaticamente de desabusadas e já antigas ponderações de Nelson Rodrigues: “Antes,
o silêncio era dos imbecis, hoje são os melhores que emudecem. Até o
século 19 o idiota era apenas o idiota e como tal se comportava. E o
primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha ilusões.
Aquele sujeito que antes limitava-se a babar na gravata passou a existir
socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente. Houve, em
toda parte, a explosão triunfal dos idiotas. Outrora, os melhores
pensavam pelos idiotas, hoje, os idiotas pensam pelos melhores”.
Enquanto lia a seção dos leitores de vários sites, irritantemente me
voltava à memória o refrão de conhecida música “Carcará, pega, mata e
come”. Magro, feioso e voraz, um solidéu de penas pretas na cabeça, o
pássaro carniceiro só sabe pegar, matar e devorar. Na paisagem sáfara,
lá fica ele no alto, indiferente a tudo, menos às presas. Desce rápido e
as estraçalha. Pousa então em galhos das árvores, cabeça alta, bicão
tosco levantado. Logo depois volta a fazer o mesmo. É sua existência,
bom símbolo de cegueira para a realidade, pensamento mínimo e
arrogância.
Termino com bonito, quase tocante, trecho de Nelson Rodrigues: “O
ser humano é um caso perdido. E falo isto com a mágoa de quem queria
ser um santo. O único ideal que eu teria na vida, se fosse possível
realizá-lo, era ser um santo. Eu queria ser um sujeito bom. A única
coisa que eu admiro é o bom, fora disto não admiro mais nada”. Programa para cada um, para o Brasil, apropriado especialmente para dias do Natal.
As redes sociais são ferramentas que oferecem as melhores condições de comunicação quando usadas para o bem. Poucos utilizaram com critérios e seriedade. Como tudo nesta republiqueta de canalhas tem sido usada de forma opostas as suas atribuíções.
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