A vida artística e futebolística serve como pano de fundo para certas constatações.
Ouvi, ou li, uma sentença acompanhada de uma ênfase que me marcou até hoje: “ninguém volta”.
O assunto era o retorno de nomes consagrados aos seus lugares de origem, onde fizeram sucesso e deixaram saudades.
Partiu, se foi, e fim de papo.
Não tem volta consagradora dentro das mesmas dimensões.
Nada será como antes.
Mas, tem quem jogue contra essa maré.
Uma crônica do jornalista Juca Kfouri me trouxe de volta a essa reflexão..
Ele reforçou a sua narrativa em cima de uma canção do cantor português Rui Veloso.
A música intitula-se “Regras da sensatez” e diz o seguinte:
“Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz.
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz
Nunca voltes à casa onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre lajes do chão
Nada do que por lá vires
Será como no passado.
São as regras da sensatez.”
Esse último retorno de Magno Alves ao Ceará e o epílogo lamentoso reforçaram em mim a convicção que as voltas se dão muitas vezes de forma artificial.
Por quê? Porque nada se dará como antes, como imaginamos.
Os exemplos são vários e estão no mundo.
Ouvindo “Regras da sensatez”, Cuca, o rei do ano passado, teria retornado à direção técnica do Palmeiras em 2017?
Luiz Felipe Scolari, Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira, teria voltado ao comando da canarinho para sofrer “a derrota das derrotas”?
Existem as exceções, mas o axioma “ninguém volta” continua, mais em pé do que nunca.
Quem na ida se achou demais, a tentação o fez voltar, e, na volta colheu o fruro da arrogância e prepotência vivida. A vida é uma escola. Felipão jamais pensou viver aqueles 90 minutos contra a Alemanha. Viveu para nunca esquecer.
ResponderExcluirSua conclusão filosófica está correta. Um abraço.
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