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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 13 de janeiro de 2018

Praça da Sé, local de sumiço de monumentos públicos (por Armando Lopes Rafael)

   Uma coisa que poucos sabem: somente de registros recentes (ou seja, de 120 anos para cá), a Praça da Sé (antigamente denominada de Quadro da Matriz) recebeu quatro monumentos públicos. Todos desapareceram, melhor dizendo foram destruídos por Prefeitos da Mui Nobre e Heráldica Cidade de Frei Carlos. Parece piada? Não é.

   Rememoremos os sumiços. O primeiro, está registrado no livro “O Cariri”, de Irineu Pinheiro à página 265. A conferir.
   “No começo deste século (no caso o século XX com início em 1900) um pedreiro paraibano, conhecido como Mestre Santos, homem mui hábil em seu ofício, achou que, também, era escultor. Erigiu na Praça da Matriz, perto da cadeia pública (hoje o Museu Histórico de Crato fechado há sete anos) um busto feito de cal e tijolo, de Pero Coelho de Sousa, protomártir do drama da conquista do Ceará.
   Inauguraram-lhe o busto, entre festas, apuseram-lhe uma erudita inscrição latina. Mas, pouco tempo depois, numa noite de tempestade, um raio iconoclasta, raivosamente, destruiu para sempre a obra de Mestre Santos”.
***   ***   ***
    O segundo que foi literalmente destruído (a picareta) foi o monumento à Mãe Cratense, erguido em 1953, na primeira reforma da Praça da Sé, em 1964.

     No lugar da Mãe Cratense erigiram uma fonte luminosa, redonda, feia, coberta por pastilhas de cerâmica que o povo apelidou de “pequisão”. 
 Monumento à Mãe Cratense
início dos anos 60 do século XX
    O "pequisão" foi destruído na segunda reforma daquele logradouro,  feita  pelo prefeito Zé Adega, que, no local do pequisão, construiu um coreto, cercado de águas. Pois esse coreto foi também destruído na terceira reforma, a feita pelo Governador Cid Gomes, em 2010.

    Moral da Opereta bufa: quatro monumentos foram destruídos na velha Praça da Sé. O primeiro por uma chuva, os três restantes pela ação de três prefeitos que passaram pelo poder municipal cratense.

    PS -  Há cerca de dois anos, o então Prefeito Ronaldo Gomes de Matos -- "O Fenômeno" --colocou uma anã, rente ao chão, dizendo que era um monumento à Dona Bárbara de Alencar. Uma coisa horrível e que depões contra os foros da estética no entorno da praça. O monumento à heroína, para piorar, tem uma placa simbolizando a Confederação do Equador, movimento do qual Dona Bárbara não participou. Ela é festejada por sua participação na Revolução Pernambucana de 1817.
       Ainda não apareceu um Prefeito corajoso para mandar retirar aquele mostrengo, verdadeira  humilhação à Matriarca dos Alencar.
         Só no Crato mesmo!
  

Um comentário:

  1. Prezado Armando - Uns somem pela retirada de seus monumentos, e, outros somem na memória pela presença. Apareceu, na Praça da Sé um monumento à Barbara de Alencar que acabou com a heroína. Nunca vi coisa mais fajuta e ordinária.

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