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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 17 de maio de 2018

Como seria a nossa vida se o Brasil ainda fosse monarquia? – por André Martins de Oliveira (*)


      Muito se tem especulado sobre qual seria a situação do Brasil hoje, se a República não tivesse sido proclamada e, portanto, o Império tivesse seguido seu rumo.
      Posso afirmar, sem sombra de dúvida, que nosso país estaria numa situação bastante privilegiada, pois todo o trabalho de D. Pedro II teria continuidade num Terceiro Reinado com sua filha, a Princesa Isabel. Isso porque ela não seria uma frágil governante, ofuscada pela sombra de seu pai, mas tinha luz própria e suas realizações deixariam sua marca no Brasil, assim como todos os governantes da família Bragança.
       Podemos enxergar a construção do Brasil sob quatro formas distintas de administração. Na primeira, com D. João VI, que construiu uma enorme infraestrutura para o crescimento do país. Na segunda, com D. Pedro I, que impediu a fragmentação de um imenso território, conservando a unidade do país. Na terceira, com D. Pedro II, que pacificou a nação, promoveu o desenvolvimento e criou uma elite intelectual que administrava o Estado com uma eficiência nunca mais vista. E, por último, teríamos o governo da Princesa Isabel, que era dotada de grande firmeza de princípios ao lado de igual sensibilidade e compaixão pelos necessitados.
      O governo da Princesa certamente daria ênfase aos problemas da sociedade, se preocuparia em resolver dificuldades sociais e daria bem-estar às famílias. Era objetivo do Império, especialmente dela, providenciar uma realocação dos escravos libertos em 1888 pela Lei Áurea.
Para isso, foi elaborado pelo engenheiro André Rebouças um projeto de inclusão dos negros na sociedade que consistia em dar terras e assistência técnica aos libertos para que pudessem se desenvolver e ganhar o próprio sustento. A proposta era tão moderna que previa a construção de agroindústrias próximas aos empreendimentos. Previa também a agricultura sustentável, visando ao menor impacto possível ao meio ambiente.
       O Império tinha também planos de construção de mais ferrovias pelo interior do Brasil, sendo para tanto utilizada a mão de obra agora remunerada dos ex-escravos. Além disso, receberiam terras ao longo das ferrovias em construção, podendo pagá-las com parte do salário. Trabalhadores rurais pobres também receberiam a mesma ajuda.
        Fato pouco conhecido pelos brasileiros é que os planos para a construção, no interior do país, de uma nova Capital como Brasília não são da República, mas do Império. Fazia parte do projeto a construção de ferrovias para interligar a nova Capital a todos os outros estados. Não é difícil imaginar o êxito dessa empreitada, no final do século XIX e início do século XX, com o auxílio dos negros assalariados e agora proprietários rurais. Com terras e trabalho no interior do Brasil por certo hoje não existiriam as favelas e a extrema pobreza em tantas cidades.
      Com sua forte preocupação social, a Princesa Isabel promoveria políticas voltadas à educação, saúde e proteção das pessoas mais vulneráveis. Essas políticas acabariam por criar uma enorme classe média, protegendo os mais necessitados e promovendo a ascensão econômico-social da maioria da população. Acredita-se que até o ano de 1950 o Brasil alcançaria um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) igual ao de países europeus, e um progresso econômico superior ao dos Estados Unidos.
       Na construção do Brasil como nação tivemos em D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II três etapas importantes. Infraestrutura, união do território e desenvolvimento econômico. Restava a última e mais importante: o desenvolvimento e amadurecimento da sociedade, que seria promovido pela Princesa Isabel.
       Não proclamada a trágica República, teríamos uma Princesa fechando com chave de ouro o ciclo de construção do Brasil, representado não só pelo desenvolvimento de uma sociedade mais capacitada e instruída, mas sobretudo pelo seu belo exemplo de Monarca voltada para o senso de justiça e caridade.
        Tal sociedade não seria dependente do governo e, portanto, seria mais dificilmente manipulada por políticos e enganada em eleições. A família brasileira teria hoje uma vida muito melhor, com segurança e prosperidade.
      Então, quando me perguntam “Como estaríamos hoje se fôssemos Império?”, respondo: “Teríamos um desenvolvimento, em todos os campos, igual ou superior ao dos países do Primeiro Mundo, mas, sobretudo, estaríamos cumprindo nossa vocação de grande Nação que a Providência Divina nos destinou a ser”.
(*) Artigo originalmente publicado na edição de número 51 do boletim, “Herdeiros do Porvir”.

Um comentário:

  1. Os republicanos, apesar de serem número menor, foram competentes no seu intento. Fizeram adormecer as qualidades da Monarquia e enaltecer a republica. Republica hoje falida cuja resultante quase leva a nação ao comunismo pelo mesmo motivo. Os comunistas foram mais espertos na sua ardilosidade.

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