Soldadinho do Araripe: a ave símbolo da Caririensidade
Esta espécie, cujo nome científico é Antilophia bokermanni, é um pássaro que só existe nas encostas da Chapada do Araripe. Trata-se da única ave endêmica do Ceará, ou seja, das mais de 460 espécies que encontramos no nosso Estado, o Soldadinho do Araripe é a única exclusiva do Ceará. Por isso, tornou-se o símbolo para a conservação da Floresta Nacional do Araripe–Flona.
As riquezas e as diversidades naturais e culturais fazem do Cariri um oásis no centro da região Nordeste brasileira. A água que é armazenada – na temporada das chuvas –, em reservatórios subterrâneos na Chapada do Araripe, desce depois pelas encostas, formando algumas nascentes. E se transforma numa água límpida e cristalina, que se derrama entre a mata e o sopé da chapada, formando – parte inferior da encosta – tapetes verdes de bela vegetação. Em torno desses tapetes surgem pequenos regatos. Fica aí o habitat do Soldadinho do Araripe, uma ave ameaçada e extinção. O Soldadinho do Araripe tornou-se um ícone, uma imagem da caririensidade! E está sendo usado como apelo contra a devastação das florestas da nossa Chapada; contra o mau uso das águas das nascentes; em favor da defesa do meio ambiente.
Três locais onde se produz a cultura popular em Juazeiro do Norte
Padre Cícero dizia, ao seu tempo, que toda casa de Juazeiro do Norte deveria ser uma santuário de oração e uma oficina de trabalho. Mudaram os tempos. Mas para quem quiser comprar o rico artesanato da Terra do Padre Cícero, abaixo 3 dicas:
1
– Centro de Cultura Popular Mestre Noza. Um verdadeiro passeio pela
essência do imaginário da cultura caririense, onde você pode acompanhar
ao vivo o ofício de vários artesãos.
2
– Associação dos Artesão da Mãe das Dores. Espaço onde artesãos criam e
comercializam objetos de decoração e utensílios belíssimos, feitos a
partir de palha de milho e carnaúba.
3
– Grupo Genipoarte. Composto por uma família de artesãos, o grupo
produz m lindo e rico artesanato utilizando palhas de milho,
confeccionando móveis, sandálias, bolsas e decorações.
História: 180 anos da expedição de George Gardner ao Cariri
Desde 1838, há 180 anos, a região do Cariri era objeto de interesse por
parte de cientistas. Padre Cícero ainda nem tinha nascido. George Gardner (médico naturalista, botânico memorialista,
intelectual pesquisador, escritor, ensaísta e cientista inglês) –
nascido em Glasgow, Escócia – passou cinco meses no Cariri fazendo
estudos sobre a flora, fauna, reservas paleontológicas e aspectos
sociológicos, do então Império do Brasil, uma nação respeitada àquela
época.
Após explorar os arredores de Crato (àquela época já existia a aldeia do Joaseiro,
erguida em torno da capelinha de Nossa Senhora das Dores, esta
construída pelo Pe. Pedro Ribeiro), Gardner incursionou por outros
sítios da Chapada do Araripe, como a Vila da Barra do Jardim (hoje
cidade de Jardim). Esta havia sido emancipada de Crato em 3 de janeiro
de 1816, através de decreto assinado por Dom João VI, Príncipe Regente
do Reino de Portugal, Brasil e Algarves.
Uma amostra dos escritos de George Gardner
Interessante ler as primeiras impressões que Gardner escreveu sobre sua
chegada a Crato depois de ter viajado – várias semanas – pelo sertão
semiárido do interior cearense:
“Impossível
descrever o deleite que senti, ao entrar neste distrito,
comparativamente rico e risonho, depois de marchar mais de trezentas
milhas através de uma região que, naquela estação, era pouco melhor que
um deserto.
A tarde era das
mais belas que me lembra de ter visto, com o sol a sumir-se em grande
esplendor por trás da Serra do Araripe, longa cadeia de montanhas, a
cerca de uma légua para Oeste da Vila, e o frescor da região parece
tirar aos seus raios o ardor que pouco antes do poente é tão opressivo
ao viajante, nas terras baixas.
A
beleza da noite, a doçura revigorante da atmosfera, a riqueza da
paisagem, tão diferente de quanto, havia pouco, houvera visto, tudo
tendia a gerar uma exultação de espírito, que só experimenta o amante da
natureza e que, em vão eu desejava fosse duradoura, porque me sentia
não só em harmonia comigo mesmo, mas “em paz com tudo em torno”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário