Em política, o que te mostram nunca é tão importante quanto o que você consegue enxergar por conta própria. Repare no caso de Fernando Haddad. Ele entrou na disputa presidencial com cara de candidato competitivo. O que te mostram é que a grande alavanca de Haddad é Lula. O que você pode enxergar sozinho, sem grande esforço, é que Haddad dispõe de um segundo cabo eleitoral involuntário. Chama-se Michel Temer.
Quando Dilma Rousseff foi deposta, em 2016, a rotina já havia se transformado em escândalo. A recessão mastigara mais de 11 milhões de empregos. A responsabilidade fiscal fora substituída pelo malabarismo econômico. O Congresso virara uma trincheira hostil. E o Planalto tornara-se o endereço da impopularidade.
Graças ao impeachment, as crises política, econômica e ética migraram para o colo de Temer, um político em processo de autocombustão. Se Dilma ainda fosse presidente, o PT estaria em chamas, Lula seria um presidiário sem audiência e Haddad não receberia do eleitor nem bom dia, que dirá voto. À frente de uma campanha que finge que Dilma não existiu, Haddad encarna o discurso do ‘contra-tudo-o-que-está-aí’. E o que está aí é Temer, o vice que Lula impôs a Dilma.
Foto com figuras importantes da criminalidade no Brasil. Os dois patrocinadores já estão em cana.
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