Em um dos seus filmes, o ator Tom Cruise faz papel de um personagem cuja atividade é a de matador profissional.
Ao cabo de tantas “encomendas” de assassinatos, em determinado momento é alertado para o fato de que, numa empreitada mais arriscada, poderia partir dessa para outra.
Demonstrando desprezo pela vida, responde secamente: “Quem se importa com isso”?
Se o mundo não ligava para ele, a recíproca era rigorosamente do tamanho do seu pouco caso por ele.
Como se vê, um caso de vazio existencial por parte de quem fez profissão abreviar a existência dos outros.
Esse redolero (essa palavra passa a existir) todo, para dizer que é estranho ouvir, de tantas bocas, declarações a respeito do incêndio do Museu Nacional. Tudo para demonstrar desconhecimento e desprezo pela existência do valioso equipamento cultural.
“Nunca passei nem pela porta” “Soube desse museu, depois do incêndio”. “Sinceramente, não sabia nem onde ficava”. “Por que esse impacto todo, se era tão esquecido assim”?
E, por aí, vai.
Em terra de ágrafos, de bibliotecas entregues às traças, teatros ignorados e museus destruídos pelo fogo, é o caso de se chegar à resposta do personagem de Tom Cruise: “Quem se importa com isso”?
Parece que quase ninguém.
O crato que já foi considerado município modelo, cidade da cultura, hoje sua juventude não conhece nada de sua historia e memoria. Nada mesmo. E, o pior, não interessa saber.
ResponderExcluirLamentável, Antonio. Logo na capital da cultura caririense.
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