Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 30 de abril de 2023

145 - O Crato de Antigamente - Por Antonio Morais.


Muitos casamentos de antigamente eram arranjados. As famílias, os pais combinavam  e os filhos se casavam. Não tinha munganga nem quiri quiqui, a última palavra era a deles. Muitas vezes marido e mulher nem se conheciam antes do casamento.
Assim é que duas famílias tradicionais de Crato casaram seus filhos. Apesar das brigas, rápidas separações e retornos conseguiram formar os filhos, porém, mesmo na velhice continuavam com os desentendimentos.
Certo dia, um dos filhos telefonou para o pai e guardando ainda aquela ponta de preocupação, perguntou para o velho : 
Pai, e como vão as coisas por aí entre o senhor e a mamãe?
Vão meio bolero!
E sem entender bem a resposta indagou: 
Pai, e o que é meio bolero?
Ora moço, bolero não é dois  pra cá e dois pra lá!
Aqui estamos um pra cá e um pra lá.

2 comentários:

  1. E bota bolero nisso. Outro dia, eu publiquei um vídeo de um encontro dos varzealegrenses em Fortaleza na década de 80 do século passado e observei que dos 150 casais que estavam presentes cerca de 120 se "esbandaiaram". Não teve nenhuma audiência nem havia de ter.

    ResponderExcluir
  2. Pra você ver, quando João Bosco e Aldir Blanc compuseram a música executada por Elis Regina “Dois pra lá, dois pra cá, a tempo que a expressão já era empregada no Cariri. Belo causo, Morais!

    ResponderExcluir