Muitos casamentos de antigamente eram arranjados. As famílias, os pais combinavam e os filhos se casavam. Não tinha munganga nem quiri quiqui, a última palavra era a deles. Muitas vezes marido e mulher nem se conheciam antes do casamento.
Assim é que duas famílias tradicionais de Crato casaram seus filhos. Apesar das brigas, rápidas separações e retornos conseguiram formar os filhos, porém, mesmo na velhice continuavam com os desentendimentos.
Certo dia, um dos filhos telefonou para o pai e guardando ainda aquela ponta de preocupação, perguntou para o velho :
Pai, e como vão as coisas por aí entre o senhor e a mamãe?
Vão meio bolero!
E sem entender bem a resposta indagou:
Pai, e o que é meio bolero?
Ora moço, bolero não é dois pra cá e dois pra lá!
Aqui estamos um pra cá e um pra lá.
Aqui estamos um pra cá e um pra lá.
E bota bolero nisso. Outro dia, eu publiquei um vídeo de um encontro dos varzealegrenses em Fortaleza na década de 80 do século passado e observei que dos 150 casais que estavam presentes cerca de 120 se "esbandaiaram". Não teve nenhuma audiência nem havia de ter.
ResponderExcluirPra você ver, quando João Bosco e Aldir Blanc compuseram a música executada por Elis Regina “Dois pra lá, dois pra cá, a tempo que a expressão já era empregada no Cariri. Belo causo, Morais!
ResponderExcluir