Da esquerda para direita : Raimundo Alexandre de Moura, Raimundo Bitu de Brito, José André, Padre Manuel Alves Feitosa, Perboário e Antônio Moura.
Na década de 80 do século passado, mais precisamente em 1983, o meu pai José André estava residindo na Fazenda Cacimbinhas no município de Assaré.
No dia 29 de Abril daquele ano ele resolveu comemorar seu aniversario. Entre os principais convidados estava São Raimundo Nonato, aquela pequena imagem centenária foi levada pelo Dr. Pedro Sátiro.
A missa foi concelebrada por três padres : Várzea-Alegre - José Mota Mendes, Assaré - Manuel Alves Feitosa e Campos Sales - José Ferreira Nobre. Estavam presentes vários amigos além da Banda de Musica de Várzea-Alegre e do conjunto de Pedro Sousa.
Esse preâmbulo se faz necessário para se ter uma ideia do quanto José André era católico e amigo dos padres. A amizade era recíproca. Era costume recebê-los por dois ou mais dias na fazenda para o repouso e descanso essenciais a vida espiritual.
Na Exposição do Crato daquele ano eu adquiri um "touro nelore PO" e mandei para fazenda. Fiquei o restante da semana na expectativa que chegasse o sábado para ir vê-lo no meio do rebanho.
Quando cheguei, antes de tomar a benção, o meu pai foi dizendo : Leve o touro de volta, ele não dá certo aqui. Tentei argumentar, em vão, porque o velho estava decidido.
Então eu disse : papai, a coisa mais bonito que eu já vi em minha vida foi um bezerro filho desse touro na "Exposição do Crato".
Ele respondeu, pausadamente, de forma quase teatral : E a coisa mais feia que eu já vi foi um padre só de cueca correndo na frente e esse touro atras paga num pega.
Só não sei dizer qual dos padres estava na fazenda comendo queijo de manteiga no café da manhã e almoçando baião de dois com sarapatel, buchada e carneiro assado no almoço.
O touro voltou para o Crato no mesmo dia.
Postagem dedicado ao amigo, parente e camarada Lázaro Pinho, amigo do velho José André e que estava presente e é testemunha do fato.
Esta é uma daquelas historias que se escreve com a caneta da saudade e do coração. Há muito tempo o Lázaro Pinho me insultava a publicar. Como pra tudo tem o tempo certo, hoje chegou a vez.
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