Desagradável dizer dessa forma, mas Ceará e Fortaleza parecem tomados por uma necessidade de flertar com o abismo neste campeonato brasileiro.
O Fortaleza, no momento, em posição menos ruim, vá lá.
Por mais que resultados negativos de concorrentes ajudassem, nossos times não tiraram proveito em várias situações da disputa.
Há uma clara falta de convicção nessa jornada, no momento em que forças tradicionais como Fluminense, Cruzeiro, Grêmio e Vasco da Gama andaram frequentando demoradamente as partes mais baixas da classificação.
Foi esse o melhor momento para que Ceará e Fortaleza desfilassem na passarela, mais à vontade, de forma consistente e duradoura.
Isso, naturalmente, sem falar em Chapecoense, Avaí e CSA considerados natimortos no desfecho da primeira volta.
“Ah, mas esse quadro faz parte de um déficit histórico em matéria de futebol cearense”, podem argumentar.
Sabemos, não precisa de esculacho, que somos reféns de melhores resultados e posições mais destacadas ao longo do tempo.
Reconhecemos as disparidades econômicas que produzem esta luta permanente entre os Golias, donos do mundo, contras os minúsculos Davis.
Ora, meus prezados, acontece que derrota não é destino para ninguém e conscientes estamos da luta com a falta, e não com a fartura.
Daí porque, a funda de Davi tem que estar bem ajustada para não deixar escapar o vacilo do gigante.
O diabo é que as oportunidades de gol perdidas por Ceará e Fortaleza, nos últimos jogos, deixaram os dois com a cuia na mão.
A única solução que nos ocorre é o abandono da discusseira e o afastamento do abismo.
Pode ser pouco, mas é o que temos para o momento.
Quem tem duas torcidas do porte de Ceará e Fortaleza não tem do que reclamar. Basta administrar com responsabilidade.
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