O preconceito é uma coisa tão nociva, que o cérebro nega os que os olhos vêem. Negar e silenciar, é confirmá-lo.
O preconceito de cor no Brasil existe, é uma coisa velada. E o futebol, nossa festa mais popular, é lugar onde a estupidez do racismo faz morada.
Tão logo dois treinadores negros – Marcão e Roger Machado – assumiram como treinadores de Fluminense e Bahia, o debate voltou, como se fosse novidade a ausência deles à frente de equipes de futebol.
No duro, só são admitidos, com boa vontade, como jogadores
Ora, todo mundo sabe que os cargos de direção em clubes, confederações e federações não são reservados aos negros.
A jumentália nacional julga que as pessoas de cor formam um estrato social inferior, em se tratando de competência.
O negro é aceito e rejeitado, ao mesmo tempo, e, no primeiro caso, só se for bem sucedido.
Claro, o que estou dizendo não é algo sonora a certos ouvidos que preferem o faz-de-conta.
O Brasil foi apresentado ao mundo através de um negro chamado Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o maior jogador do mundo, reverenciado até onde não se joga futebol.
Afora uma série de outras constatações bastaria essa para esvaziar esse estúpido comportamento da alma humana de medir potencial pela cor da pele.
É bom esclarecer que nas décadas de 40 e 50 do século passado, nossos jogadores eram tratados como “macaquitos”, principalmente pelos argentinos, não pela cor da pele.
Isso se dava por sermos considerados, à época, como menos civilizados, desdentados, subservientes e dóceis, enfim: os verdadeiros caipiras da América do Sul.
Hoje, até a vetusta Europa, berço da cidadania, trata de disseminar o racismo nos campos de futebol e o Brasil, PHD no ato de macaquear, vai no embalo, como se isso fosse mais um modismo a ser seguido.
Há dias, um ignorante travestido de torcedor do Santos, agrediu com insultos racistas e homofóbicos o jogador Fabinho, do Ceará.
Claro, o semovente da Vila Belmiro não deve saber nada de um time de uniforme branco imaculado, que vestiu uma equipe de negros extraordinários a encantar o mundo.
Fabinho reagiu e por, não aceitar essa vilania, quer uma punição para o agressor.
Essa situação devia ser tratada assim, e não com providências paliativas, punições cosméticas.
Racismo é crime. E ponto.
A foto que ilustra a crônica do Wilton Bezerra foi de minha escolha. Quando um torcedor idiota e imbecil atirou uma banana no Daniel Alves, ele não se abateu, não se vitimizou, simplesmente descascou a banana e comeu. Foi a melhor reação que poderia existir para uma atitude vil e covarde. Sou contra todo e qualquer tipo de racismo, mas tem muita gente se vitimizando por aí a fora.
ResponderExcluir