Sacrário da capela do Santíssimo Sacramento
da Catedral de Crato. Uma obra artística!
Foto de Armando Rafael
O templo dedicado a Nossa Senhora da Penha, sede da cátedra (cadeira)
do Bispo de Crato, é o edifício mais importante para a memória da região
do Cariri. A atual catedral de Crato remonta a uma humilde capelinha de
taipa, coberta de palha, construída – por volta de 1740 – pelo
capuchinho italiano, frei Carlos Maria de Ferrara. Este frade foi o
fundador do aldeamento da Missão do Miranda, núcleo inicial da atual
cidade de Crato, criado para abrigar e prestar assistência religiosa às
populações indígenas que viviam espalhadas ao norte da Chapada do
Araripe.
A notícia mais antiga, até agora conhecida, sobre as atividades
pastorais de frei Carlos Maria de Ferrara, em Crato, tem a data 30 de
julho de 1741. O historiador Padre Antônio Gomes de Araújo localizou
essa ocorrência num livro de registro de batizado e casamento,
pertencente à Paróquia de Icó, da qual era integrante a Missão do
Miranda:
“Aos
30 dias do mês de julho 1741, de licença do Revmo. Cura Diogo Freire de
Magalhães, na Igreja da Missão do Miranda, batizou frei Carlos Maria de
Ferrara a Apolinário, filho de Matias Lopes de Sousa e de sua mulher
Maria Lopes. Foram padrinhos: Manoel Pereira e sua irmã Inácia de Sousa,
filhos de Antônio Pereira -- todos moradores nesta freguesia – João
Saraiva de Araújo, Cura de Icó”. Livro de Registro de Batizados e Casamentos, Paróquia de Icó. 1741-1783, fls. 2.
Pequena imagem da Mãe do Belo Amor,
venerada, desde 1740,
venerada, desde 1740,
na primitiva capelinha dedicada à Virgem
da Penha por frei Carlos Maria de Ferrara
Em janeiro de 1745, conforme pesquisa do historiador Antônio Bezerra,
foi colocada numa das paredes da, então, capelinha de Nossa Senhora da
Penha uma pedra com inscrição. Tratava-se do registro da consagração e
dedicação do pequeno e humilde templo, início da atual catedral de
Crato. A inscrição foi feita por frei Carlos Maria de Ferrara, e nela
constava que a capelinha fora consagrada a Deus Uno e Trino e, de modo
especial, a Nossa Senhora da Penha e a São Fidelis de Sigmaringa, este
último considerado o co-padroeiro de Crato. Abaixo, o texto constante da
inscrição rupestre, infelizmente desaparecida:
Uni Deo et Trino
Deiparae Virgini
Vulgo – a Penha
S Fideli mission.º S.P.N. Fran, ci Capuccinor.m
Protomartyri de Propaganda Fide
Sacellum hoc
Zelo, humilitate labore
D. D.
Sup. Ejusdem Sancti.i Consocy F.F.
Kalendis January
Anno Salutis MDCCXLV.
Com o passar dos anos, diversas construções e reformas foram agregadas à
capelinha construída por frei Carlos Maria de Ferrara, que resultaram
no atual edifício da Sé de Crato. Este templo foi igreja-matriz, entre
1768 e 1914, ano em que foi elevado à dignidade de Catedral pela mesma
bula de Ereção Canônica da Diocese de Crato, datada de 20 de outubro de
1914.
A partir desta data, a igreja-matriz de Crato passou a ser a Sé, a
Igreja do Bispo, sede da sua cátedra (cadeira), lugar-sinal de comunhão e
da unidade da Diocese e também da comunhão com a Igreja Universal. A
catedral é a Igreja-Mãe de uma diocese. A de Crato possui um rico
patrimônio histórico, artístico, cultural e religioso.
Pesquisa feita por Armando Lopes Rafael
Que Nossa Senhora da Penha ponha as suas mãos e abençoe o futuro do Crato. Está carecendo.
ResponderExcluirBelo artigo, um bom histórico sobre a Catedral, que é um ícone do Crato e de toda Região do Cariri.
ResponderExcluirHá Postagens e "postagens". Esta é uma Postagem. Fruto de uma pesquisa séria.
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