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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 16 de maio de 2020

FANTASMA CADA VEZ MAIS VELHO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


É de comer e ver a “ruma” essa história de ideologizar as patifarias nesse país, em cima da dicotomia esquerda e direita.
Podem dizer que a minha capacidade de analisar política é pedestre, não me importo.
Todo mundo sabe que, por trás dos rótulos, o que existe é o brilho falso de um móvel envernizado.
Sim, e para fazer subir a pressão de quem busca apaziguar a mente às duras penas, emerge esse papo de comunismo.
Já disse, e vou repetir: o comunismo no Brasil se resume à uma aventura irresponsável de Luiz Carlos Prestes, o “cavaleiro de esperança nenhuma”, e brá.
Para o golpe de 64, o comunismo se prestou como o “diabo vermelho”, inimigo a ser combatido.
Comeram quase calados.
Bem feito para o país que, a partir de então atravessou 20 anos de uma nuvem negra “plena democracia”.
E aí, de novo, aparece essa história de “xô comunismo”, mais velho do que a Serra do Araripe, como o “cão da hora” a assustar as crianças.
Basta um pouco de iluminação para perceber que a “luta partidária” se resume aos poucos que passam na “peneira” da honestidade (podem escolher uma sigla) contra o PL (partido dos larápios).
E o favoritismo da disputa pende sempre a favor dos que se dedicam à prática da cleptocracia, porque a ação dos cafajeste é de resultados mais rápidos.
No infame jogo de bozó que praticávamos nos bares de Juazeiro do Norte, há uns 50 anos, Zé Diniz, parceiro da jogatina, quando os dados não lhe favoreciam, bradava enfurecido: “Isto é um comunismo”!
Ao seu lado, perguntava ao Zé: “O que o comunismo tem a ver com sua falta de sorte” ? E ele: “Então, deve ser culpa do mormaço”.
Quer dizer, a farsa sempre procura um inimigo preferencial: uma ideologia ou o clima.
Para sossegar os abespinhados, devo encerrar reafirmando minha posição pela democracia, única saída viável para o homem.

2 comentários:

  1. Texto de leitura agradável e prazerosa. Falar sobre direita, esquerda, comunismo e economia me faz lembrar uma turma de rotarianos do Crato, depois da plenária levando o lero sobre a economia das cidades de Crato e Juazeiro. Um deles, meio mobral disse : vocês tem uma besteira com Juazeiro do Norte, mas, a renda "percapta" do Crato é bem maior que a do Juazeiro. Então, um deles perguntou - Fulano, você sabe o que é renda "percapta" : ele gaguejou: ren, ren, ren, ren a turma toda começou a ri e ele, brabo como um siri na lada : Renda "percapta" é a puta que pariu.

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