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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 7 de agosto de 2022

Maria Tomásia Figueira Lima, a aristocrata que lutou para adiantar a abolição no Ceará - Postagem do Antônio Morais.

Filha de uma família tradicional de Sobral (CE), Maria Tomásia foi para Fortaleza depois de se casar com o abolicionista Francisco de Paula de Oliveira Lima. 

Na capital, tornou-se uma das principais articuladoras do movimento que levou o Estado a decretar a libertação dos escravos quatro anos antes da Lei Áurea.

Segundo o Dicionário de Mulheres do Brasil, ela foi cofundadora e a primeira presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras que, em 1882, reunia 22 mulheres de famílias influentes para argumentar a favor da abolição.

Ao fim de sua primeira reunião, elas mesmas assinaram 12 cartas de alforria e, em seguida, conseguiram que senhores de engenho assinassem mais 72.

As mulheres conseguiram, inclusive, o apoio financeiro do imperador Pedro II para a iniciativa. 

Juntamente com outras sociedades abolicionistas da época, elas organizaram reuniões abertas com a população, promoviam a libertação de escravos em municípios do interior do Ceará e publicavam textos nos jornais pedindo a abolição em toda a província.

Maria Tomásia estava presente na Assembleia Legislativa no dia 25 de março de 1884, quando foi realizado o ato oficial de libertação dos escravos do Ceará, que deu força à campanha abolicionista no país.

6 comentários:

  1. A nobreza e generosidade da família real em favor da libertação dos escravos eram tamanhas que como mostra o texto Dom Pedro II encorajava os movimentos financiando com recursos do próprio bolso. O apoio financeiro do imperador aos movimentos é algo de admirável valor.

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  2. Tenho espírito justiceiro e entendo que o amor deve seguir estes graus de preferência: Deus, humanidade, pátria, família e indivíduo.

    Dom Pedro II.

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  3. –– 1 ––
    Outra excelente postagem.
    Faz jus à missão de preservar para a história o nome de Maria Tomásia. Eu também desconhecia os feitos desta senhora.
    Foram mulheres como Maria Tomásia que elevaram à grandeza da história o nome da do Ceará. A Província do Ceará foi a primeira do Brasil a abolir a escravidão da raça negra. Este episódio histórico, que ainda hoje nos enche de orgulho, levou José do Patrocínio, durante uma conferência, em favor da abolição, a denominar o Ceará de "Terra da Luz, Berço da Liberdade ". Como Terra da Luz ficou sendo conhecido o Ceará.

    Isto prova que parcela da sociedade brasileira de então também entendia que a escravidão se constituía numa gritante injustiça. Sociedades antiescravistas foram surgindo com a adesão de pessoas de todas as categorias sociais da província. Uma delas, a Sociedade Perseverança e Porvir tinha entre seus membros Antônio Soares Teixeira Júnior, Francisco Araújo, Antônio Martins, Manoel Albano Filho, José Amaral, José Teodorico da Costa, Antônio Cruz Saldanha, Alfredo Salgado, Joaquim José de Oliveira e José Barros da Silva. Em 1880 foi fundada a Sociedade Libertadora Cearense com 225 sócios. Nessa sociedade militavam João Cordeiro, Frederico Borges, Antônio Bezerra, Almino Tavares Afonso, Isaac Amaral e o cratense José Marrocos.

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  4. –– 2 ––
    Em janeiro de 1881, o jangadeiro Francisco José do Nascimento afirmou que no porto do Ceará não embarcariam mais escravos. Por esse gesto passou à história como o "Dragão do Mar". Essa determinação foi cumprida. Em agosto daquele ano os jangadeiros impediram o embarque, no vapor Espírito Santo, de duas escravas, apesar da presença do Chefe de Polícia, Dr. Torquato Viana, que tentava coagir os humildes homens do mar a obedecer à lei. O fato é que no tumulto "polícia versus jangadeiros", o abolicionista José Carlos Silva Jataí desapareceu com as duas negras, livrando-as do embarque.

    Isso quatro anos e dois meses antes da Lei Áurea, aprovada a duras penas pelo Parlamento do Império, depois de intensas negociações da Princesa Regente Isabel. Esta tomou a decisão final em nome do Imperador Dom Pedro II e no seu próprio, como legítima representante do povo brasileiro. A Princesa Isabel afirmou, dias depois de ter assinado a Lei áurea, ter pressentido que a libertação da raça negra poderia representar a queda da Monarquia. O tempo provou que ela tinha razão...

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  5. Prezado Armando - Eu sempre ouvir falar em "Dragão do Mar". Radio, Centro Cultural, mas, não tinha conhecimento e noção da real importância do Dragão do Mar. Na próxima postagem falarei do que tomei conhecimento de sua historia e seus feitos em favor dos escravos.

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  6. O Brasil de hoje tem um povo que não sabe o que quer. Fica trocando Lula por Bolsonaro ou Bolsonaro por Lula, e o pais se afundando. O povo brasileiro hoje não sabe nem o que é melhor pra ele.

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