Noticias o Antagonista - Postagem do Antonio Morais.

Celso de Mello autoriza PGR a obter vídeo de reunião de Bolsonaro com Moro.

Além de autorizar depoimento de ministros do Planalto e delegados da PF no inquérito sobre Jair Bolsonaro, Celso de Mello também determinou que a Presidência entregue à PGR um vídeo da reunião ministerial de 22 de abril em que Jair Bolsonaro teria ameaçado demitir Sergio Moro.

Segundo o ex-ministro, foi nessa reunião, com participação de todos os ministros do governo, que Bolsonaro cobrou trocas no comando da Polícia Federal.

Além do vídeo, Celso de Mello também autorizou que a PGR obtenha os documentos originais, assinados digitalmente, da demissão de Maurício Valeixo da PF.

Apesar de ter seu nome publicado no primeiro decreto de exoneração, Moro disse que não consentiu nem assinou o ato — o que pode caracterizar falsidade ideológica por parte de Bolsonaro.

Moro: Heleno disse que o tipo de relatório que o “presidente queria não tinha como ser fornecido”.

Como registramos há pouco, os ministros militares tentaram demover Sergio Moro da ideia de pedir demissão e expor à sociedade os motivos.

Mas há um trecho que merece destaque: “O Ministro HELENO afirmou que o tipo de relatório de inteligência que o Presidente queria  não tinha como ser fornecido.”

Ou seja, Heleno, segundo Moro, sabia do interesse não republicano de Jair Bolsonaro em pressionar pela troca de comando da PF.

É inacreditável.

Celso de Mello autoriza depoimentos de Heleno, Ramos e Braga Netto.

Celso de Mello acaba de atender a pedido de Augusto Aras para ouvir os ministros Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos.

A decisão foi tomada no inquérito que apura as acusações de Sergio Moro sobre tentativa de interferência política de Jair Bolsonaro no comando da PF.

O decano do STF deu 20 dias para que os ministros de Bolsonaro, citados por Moro como testemunhas, sejam ouvidos.

Moro: mensagem a Zambelli deixa clara posição de não aceitar troca na PF por indicação ao Supremo

No depoimento de sábado, Sergio Moro afirmou que a troca de mensagens com Carla Zambelli deixa clara sua posição “de rejeitar a possibilidade de aceitar a substituição do diretor-geral [da PF] e no nome de Alexandre Ramagem como condição para sua indicação ao STF”.

“De todo modo tal ofensa ao Declarante sequer faz sentido, pois se tivesse interessado na indicação ao STF, teria simplesmente aceito a substituição”, disse o ex-ministro.

Moro disse que lamenta a divulgação das mensagens privadas, mas que “não teria como aceitar” os ataques feitos por Bolsonaro contra ele.

No dia em que Moro pediu demissão do Ministério da Justiça, Bolsonaro afirmou que ele pediu que a troca na direção da PF fosse adiada para novembro, quando poderia deixar o Ministério da Justiça para assumir a vaga de Celso de Mello no Supremo.

Moro: Bolsonaro confirmou ‘várias declarações’ sobre a substituição de Valeixo em pronunciamento.

Em depoimento à PF obtido por O Antagonista, Sergio Moro afirmou que Jair Bolsonaro confirmou “várias declarações” sobre a sua insatisfação com Maurício Valeixo em seu pronunciamento de 24 de abril, após a demissão do ex-ministro.

“No mesmo dia 24 de abril de 2020, o Presidente da República fez um pronunciamento no qual confirmou várias declarações feitas pelo Declarante, como a de que o presidente poderia substituir o Diretor Geral, os superintendentes, qualquer pessoa na pirâmide do Poder Executivo Federal.”

No pronunciamento, Bolsonaro mentiu, dizendo que Valeixo pediu para sair do cargo. À PF, Moro disse que o “cansaço” citado sobre o ex-diretor era “oriundo das pressões” do presidente.

“Que o Presidente da República, apesar disso, não esclareceu o motivo pelo qual realizaria essas substituições, salvo que o Diretor VALEIXO estaria cansado mas, mais uma vez, o Declarante reitera que o cansaço do diretor VALEIXO era oriundo das pressões por suas substituição e de superintendentes.”

E complementou:

“Que o Presidente também reconheceu que uma da causas para a troca seria a falta de acesso a relatórios de inteligência da PF, mas que, como o Declarante já esclareceu acima, o Presidente já detinha esse acesso, do que legalmente poderia ser acessado, via SISBIM e ABIN.”