Todos achamos que o mundo era melhor no passado, mesmo reconhecendo os confortos que o hoje nos trouxe.
Mundão esse compreendido por nós como um fogo que apaga e acende, regulado por uma medida desconhecida.
Não se trata de propor aqui, numa relação comparativa, sobre o que era melhor ou pior no passado e no presente.
Esse momento de reclusão forçada nos leva, irremediavelmente, a devaneios sobre o bocado de tempo deixado para trás.
Aliás, desconfiado fico quando vejo os setenta e um anos de vida que já tirei na minha caminhada, o que reforça a intenção de pedir recontagem desse tempo.
Só sei o seguinte: é impossível avaliar o presente ou projetar o futuro sem os parâmetros do passado.
Acabo me perdendo nessa prosa rápida, ao ficar sem saber, exatamente, o que queria dizer.
Dou um tempo, volto à caça de palavras para fazer uma pergunta. Logo eu, que prefiro mil vezes ouvir para aprender.
Será que as coisas foram sempre ótimas como, com o passar do tempo, passamos a idealizar?
Isto é glamourizar o passado, julgando não tendo o novo nos trazido nada que supere o tempo feliz que passou.
Não, não vou fazer o jogo das comparações, porque aí o negócio acaba por virar estatística, mania dos novos tempos.
Ao invés disso, não seria melhor virar um atleta da nostalgia exercitando-a em desfavor do saudosismo?
Já estou me enrolando com esse assunto complicado, mas vou, mais uma vez, falar sobre isso.
A nostalgia reúne as boas lembranças que estão na nossa cabeça, uma coisa prazerosa e salutar.
Um filtro, digamos assim, de coisas positivas na nossa passagem cósmica pela vida.
Já o saudosismo – não sei se os meus amigos sabem disso, é procurar viver o que já foi vivido.
No segundo caso, impossível e lamentoso.
Fica a dica.
Na década de 70 do século passado eu fui com a minha esposa ver um jogo em Recife entre o meu time o Santos e o Náutico. Estadio lotado, faltando 20 minutos para o final da partida eu
ResponderExcluirprocurei sair e um cidadão que estava do meu lado perguntou : Já vai? Respondi já, eu vou viajar para o Crato e o transito depois do jogo deverá ser muito grande e eu posso não chegar na rodoviária a tempo de pegar o ônibus.
O camarada, que nunca tinha me visto disse : Espere o final do jogo, eu estou de carro e levo vocês até a rodoviária. E, assim foi.
Pula para 2010, estando em Fortaleza fui com um amigo assistir o jogo Fortaleza e Ceará, chegamos cedo e ocupamos nossas cadeiras. Daí a pouco chegaram três malandros mal encarados. Dois se sentaram nos braços da cadeira e um com a camisa no ombro disse : Hoje eu estou doido para dar uma facada num. Por sorte cedi o lugar para ele e me retirei pra nunca mais ir a um estádio de futebol.