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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 29 de outubro de 2023

Historias de varzealegrenses dos cinco aos noventanos - Por Pedrinho Sanharol

Historias que ouvir do meu neto João Pedro e do meu amigo, parente e camarada Pedro de Joaquim Piau. O encontrou ocorreu por ocasião de uma visita entre os dois.

Pedro Piau olhou os apetrechos de caçador do João Pedro e encontrou um quicé no bisaco e perguntou a serventia. A resposta veio em cima da bucha: Quando o meu avô era assim do meu tamanho e da minha idade, ele foi caçar no Garrote. No meio do mato foi surpreendido por uma onça que o engoliu vivo.

Quando vovô estava na barriga da onça todo melado de sangue e de merda, na maior escuridão, lembrou da quicé que estava no bisaco. Então foi cortando a barriga da onça de dentro pra fora até quando ela esmoreceu e vovô saiu pelo buraco. Por essa razão tenho essa faquinha guardada no bornal. Disse João Pedro.

Entre risos e sustos Pedro Piau iniciou a sua historia. Pois bem, com você são três "João Pedro" que eu conheço: Um meu neto, um dos Grossos bisneto de Pedro Batista e você. 

E começou a historia: Eu tinha um tio chamado Joaquim Vieira e ele retornava de uma viagem ao Crato numa burra muito boa. Na travessia tinha uma onça. Quando a onça correu ele botou atrás e quando chegaram onde tinha uma gruta a onça entrou, no que foi seguido por meu tio.

No final da gruta a onça virou-se e preparou o bote. O meu tio receoso ficou a certa distancia e ao virar-se para trás observou outra onça com o bote armado na entrada da gruta. Perguntado qual o resultado, meu tio respondeu: ora qual foi, elas me comeram!

Causos de cinco a noventa anos. Bem contados sob o meu olhar contemplativo e de admiração de um avô coruja e um amigo que quer bem.

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