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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 19 de novembro de 2023

Minha primeira viagem ao Crato - Por Pedrinho Sanharol.

A mais prazerosa experiência de minha vida foi ser avô. Cuidar dos netos.

Tenho quatro netos, dois casais. Os dois mais velhos uma fisioterapeuta e um universitário, já não ligam mais para o avô. Já tem as suas vontades, desejos e decisões.

Restam as duas crianças, essas sim, quando me visitam me dão toda atenção. 

Na última vez que estivemos juntos Flora pediu : Vô, conta uma história. Prá que ela foi pedir.

Contei sobre a primeira vez que vi ao Crato. Finalidade da viagem assistir a procissão de Nossa Senhora da Penha, promessa da minha avó.

Meio de transporte lombo de animal, uma burra arisca, árdua e troteira. Sair do Sanharol, em  Várzea-Alegre as quatro horas da manhã, e, as cinco horas da tarde estava na Palmeirinha, na casa de Vicente de Brito e Silva e Geraldina, o casal mais solidário e gentil que conheci em toda minha vida. 

Soltei a burra na roça para pastar e descansar, e, depois de uma boa conversa, com os anfitriões, jantei "baião de dois" com costela de porco torrada e banana maçã até quanto o bucho coube.

No outro dia cedinho pequei a kombi na Ponta da Serra e fui para o Crato pagar a promessa.

À tardinha assistir a solenidade mais bonita de todos os tempos, o encerramento da festa de Nossa Senhora da Penha, concelebrado por Monsenhor Rubens e Dom Vicente.

No outro dia montei na burra e comecei o retorno. Quando ia depois do Monte Pio, tinha uma onça no meio do caminho. A onça correu e eu botei atrás. Um pouco adiante tinha uma gruta, a onça entrou, e, eu acompanhei na burrinha. No final da gruta a onça se virou e preparou o bote.  

Quando eu olhei para trás tinha outra onça de bote armado. Ficamos os dois, eu e a burra entre duas onças.

Flora perguntou : E como foi? Respondi-lhe, ora como foi, as onças me comeram.

O Aluísio que já tem noção das coisas deu uma baita gargalhada e disse : Eita Véio duma mentira lascada.

3 comentários:

  1. Flora me olhou de soslaio e disse : Ei Vô, essa é uma daquelas historia que não se pode dizer : Se for mentira eu grele!

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  2. Kkkkkkk muito bom , lembrei do meu vô gostava de contar esses contos pra gente.Francica Isabel.

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