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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

As urnas acabam punindo quem ignora o limite para o ultraje.

Em 1970, o presidente Emilio Medici era ovacionado nos estádios por multidões sem queixas a fazer: a seleção triunfara no México, não faltavam empregos, a censura escondia a face escura. Os que tinham razão imaginaram que aquilo duraria eternamente. Muitos ficaram longe das urnas, muitos anularam o voto. O governo se apoderou de dois terços do Congresso.
Em 1974, a oposição conquistou 16 das 22 vagas em disputa no Senado. Vários vitoriosos se mostrariam bem piores que os derrotados, mas o recado foi dado: os brasileiros estavam insatisfeitos. Não votaram num candidato; votaram contra o governo. A direção dos ventos havia mudado. A História não aceita becos para sempre sem saída. Nenhum governante é popular todo o tempo. As urnas às vezes demoram para punir, mas punem. E nunca deixam de castigar quem esquece que há limites para tudo.
Foram longe demais os participantes da farsa encenada no Conselho de Ética para livrar José Sarney de punições. Só os suplentes não têm o que temer. São apenas vigaristas que ajudaram a financiar a campanha do titular. Mas quem olhar o candidato à reeleição Sérgio Cabral pode enxergar Paulo Duque. Quem recusar o cumprimento do candidato a governador Hélio Costa pode estar devolvendo os insultos despejados por Wellington Salgado.
Mais de um limite foi superado pelo espetáculo ultrajante. Boa parte da platéia ainda ignora que foi Lula quem o produziu.
Augusto Nunes.

Um comentário:

  1. Meditando sobre o que escreveu Augusto Nunes, compreendemos que opinião publica não é balela. No episodio Collor de Melo, lembramos os senadores Ney Maranhão e Odacy Soares na tropa de choque. No episodio Antonio Carlos Magalhães estavm lá os senadores Waldek Ornelas e Humberto Souto e Rodolfo Tourinho. No episodio Jader Barbalha as vitimas foram os senadores Ney Suassuna e Nabor Junior. No caso Renan e no episodio Sarney estamos observando ; Duque, Welingtom. Almeida Lima, etc. Alguem sabe dizer que fim tiveram os primeiros? Os ultimos serão julgados ano que vem.

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