No ano de 1967, quando Antônio Rolim promovia shows artísticos em Várzea Alegre, numa ocasião ele contratou o Coronel Ludugero com Otrope e outros artistas para dois dias de shows. Ludugero apresentou-se no sábado em V. Alegre e ficou acertado outra apresentação para o domingo na cidade de Cedro. No domingo Antônio preparou o material e chamou a equipe de ajudantes que era: Eu, Zé Clementino, Balah, Pedro Clementino, Professor Levi Nogueira, Paulo de Diassis, Zé Leandro e Luisvaldo Martins (Doutor). Chegamos no Cedro, guardamos algumas coisas no hotel e nos dirigimos ao Grupo Gabriel Diniz, para montagem de som e vendas de ingressos. Quando chegamos na porta do grupo, tinha uma turma de seis jovens com garrafas nas mãos. Um deles olhou para Balah e disse: - Cabra de V. Alegre aqui no Cedro a gente trata é na peia. Balah sem nem olhar pra cara do sujeito respondeu: Quando eles chegam lá em Farias Brito nós recebe do mesmo jeito. Passado o sufoco começou o show, lá uma hora o microfone do Coroné deu um mal contato e Doutor foi consertar, quando ele abaixou-se para conectar um plug descuidou-se e soltou um canarinho. Ludugero abanou-se com o chapéu e falou: - vote que catinga medonha! Terminado o show nós fomos jantar e prestar contas, porque logo depois os artistas viajariam para Fortaleza e nós para Várzea Alegre. Foi nesse momento que Antônio Rolim pediu para o Coroné gravar uma despedida para nós. Ele gravou nesses termos: Pessoá! Chegou à hora da despedida. É uma despedida toda cheia de inconfraternização robusculá, pruque numa caravana onde anda Pedo e Palo, já tá feita toda a ladainha. Tem tombém o prefessor Levi que vai levando todo mundo, tem tombém Raimundim, Zé Quelemintino, Ontõe Rolinha, Zé Bobô, Balah e Doutor. Doutor é piquininim mais é mei disprivinido dos intistino. Na hora qui foi ligá o lecrofone, abriu a gaiola e soltou um canarim, mais num teve homem qui agüentasse. Doutor, você é Doutor mais eu vou lhe dá um consei, quando for cumer airubu nu se asqueça de tirar o papo. Pruque é justamente no papo do airubu, onde se incontra as venezianas qui você butou através do fosfito.
Mundim do Vale
Mundim do Vale.
ResponderExcluirAssistir o Show de Varzea-Alegre. Francamente nunca rir tanto como neste dia com o Ludugero. Fazia parte da caravana Osvaldo de Oliveira, Marinez e o Trio Nordestino, de todos o mais querido dos nossos coterraneos. Em 1969 a turma da quarta serie contratou o Trio Nordestino para dois Shows. Eu fui com o amigo Gustavo Correia apanhar Lindu, Cobrinha e Coronel em Cajazeiras. Alem de idolos passaram a ser meus amigos. No final da decada de 70 começo de 80 quando chegava a epoca do São João, eles permaneciam pela região e tive a honra de hospedá-los em nossa fazenda no Assaré. Inclusive a musica Homem de Saia foi composta lá. O Lindu acabou os rins tomando molho de pimenta, o Cobrinha e o Coronel gostavam muito de uma caninha. Infelizmente faleceram todos. Foi um tempo muito bom. O lucro que tivemos em Varzea-Alegre perdemos com as despesas em Cedro. Não deu ninguem. Se tivessemos realizado o outro show em Varzea-Alegre tinhamos feito melhor proveito.
Obrigado pelo belo resgate.
Morais.
ResponderExcluirNão muito tempo depois desse show
e da despidida, aonteceu aquele desatre aéreo onde faleceu uma parte daquele grupo. Contam que Ludugero tinha medo de voar e Otrope fazia medo a ele nos voos.
No dia daquele triste acidente contam que quando Otrope notou que o aviaão estava com problema gritou:- Coroné ou Coroné!O avião
vai cair!
O COroné pensando ser mais umas das bincadeiras do Otrope falou:
- E é da tua conta Otrope? O avião num é teu.
Só pode ser uma brincadeira, pois eu não sei se ficou sobrevivente
daquele acidente para contar essa história. O que eu sei é que fiquei
com muita saudade daquele que representava muito bem um matuto autêntico.
Mundim do Vale
Nossa senhora! que canarinho danado! rs rs rs. Meninos! vou me ausentar do Blog por uns dias. Abraço com carinho. Fátima
ResponderExcluirQue saudade dos forrós antigos!!??..Sem questionar os valores do atuais, sinto uma falta enorme daqueles que foram os forrós cantados por uma legião de forrozeiros autênticos, homens que viveram e moraram no Sertão. Dificilmente se houve aqueles forrozeiros nas radios hoje em dia...Mas tenho alguns cds, que me dão o prazer de recordá-los...Ê tempão que n volta mais !!!!!!!!!..O forró da Rádio Cultura, na hora da Janta lá de casa(5:00 DATARDE).
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