Vizinha à esquina, a penúltima casa do primeiro quarteirão da rua Leandro Bezerra, havia uma casa até onde meus olhos alcançam, era uma casa com muitas portas ao invés de uma porta com uma ou mais janelas...
Naquela casa moravam o Sr. José Conrado, a esposa Lindalva e os filhos que estavam chegando, inclusive um que atualmente é presidente da AFAC - Associação dos Filhos e Amigos do Crato, nosso amigo Wilton Dedê.
Na mesma rua do lado oposto, moravam os franceses. Até meus 7 anos de idade incompletos, sabia da existência dos franceses por um motivo muito especial, quando Dona Janine passava em frente da nossa casa dirigindo uma monareta. Naquele momento sempre havia um garoto maior e atento que falava: "- Olhem, lá vem a francesa!" Interrompíamos nossas brincadeiras e todos corriam para observar a motociclista. Para nós crianças uma novidade aquele transporte e uma mulher conduzindo-o, melhor ainda!
Pois bem, o Sr. José Conrado foi Pracinha na II Guerra Mundial, tendo ido à Itália pela FEB - Força Expedicionária Brasileira. Por isso ele, Sr. Hubert e Dona Janine eram bastante amigos. Por volta de 1959, as duas famílias se mudaram para a Rua Dr. Irineu Pinheiro, minha família chegou poucos meses antes deles. Não sei se por coincidência ou pela amizade que tinham, assim que os franceses chegaram, em seguida chegou a família do Sr. José Conrado. Os três tinham algo em comum participaram efetivamente da Segunda Grande Guerra.
O Sr José Conrado tinha um filho do primeiro matrimônio, era órfão de mãe, foi criado pela avó costumava aparecer por lá de vez em quando. Do segundo casamento, eram quatro ou cinco filhos, a mais velha de nome Josélia, Dadim, Wilton Dedê, seguidos de uma ou duas irmãs mais novas.
Continuando, houve uma época em que Dominique e eu costumávamos ir quase todas as tardes ler as revistas Capricho e outras do gênero, na casa de Lindalva. Ela possuia uma pilha de quase um metro de altura daquelas revistas de fotonovelas expostas em sua sala de visitas. Sentávamos lá e Dominique parecia que fazia leitura dinâmica de tão rápido que lia. Enquanto eu lia uma revista ela lia duas ou três! Talvez porque eu me prendia as fotos...
Lindalva costumava sair de casa e apesar das crianças o silêncio reinava, pareciam crianças tranquilas. Mas quando retornava Lindalva quase sempre aplicava uma surra nos filhos. Sempre aparecia um motivo, uma vez escutei ela perguntar: "Quem comeu os biscoitos?!?" No outro dia: "Quem comeu deste bolo?!?!" E castigava as crianças, era severa não admitia que os filhos comessem fora da hora pré-estabelecida por ela. Dominique e eu só escutava a gritaria das crianças e o barulho das repreensões e chineladas que vinham lá da cozinha. De certa forma isto me tirava o embalo na leitura pois aquelas revistas profanas eram determinantemente proibidas por meu pai.
Algumas vezes pedia emprestada uma ou duas revistas para ler em casa escondida no meu quarto. Toda vez que escutava os passos de papai, assustada, escondia a revista debaixo do travesseiro. Essa fase de curiosidade para saber dos dramalhões fotográficos ou "coisas do amor" foi por volta de meus 13 a 14 anos de idade. Durou pouco, porque passei a ser mais seletiva lendo as crônicas e poemas de Vinicius de Moraes.
Naquela casa moravam o Sr. José Conrado, a esposa Lindalva e os filhos que estavam chegando, inclusive um que atualmente é presidente da AFAC - Associação dos Filhos e Amigos do Crato, nosso amigo Wilton Dedê.
Na mesma rua do lado oposto, moravam os franceses. Até meus 7 anos de idade incompletos, sabia da existência dos franceses por um motivo muito especial, quando Dona Janine passava em frente da nossa casa dirigindo uma monareta. Naquele momento sempre havia um garoto maior e atento que falava: "- Olhem, lá vem a francesa!" Interrompíamos nossas brincadeiras e todos corriam para observar a motociclista. Para nós crianças uma novidade aquele transporte e uma mulher conduzindo-o, melhor ainda!
Pois bem, o Sr. José Conrado foi Pracinha na II Guerra Mundial, tendo ido à Itália pela FEB - Força Expedicionária Brasileira. Por isso ele, Sr. Hubert e Dona Janine eram bastante amigos. Por volta de 1959, as duas famílias se mudaram para a Rua Dr. Irineu Pinheiro, minha família chegou poucos meses antes deles. Não sei se por coincidência ou pela amizade que tinham, assim que os franceses chegaram, em seguida chegou a família do Sr. José Conrado. Os três tinham algo em comum participaram efetivamente da Segunda Grande Guerra.
O Sr José Conrado tinha um filho do primeiro matrimônio, era órfão de mãe, foi criado pela avó costumava aparecer por lá de vez em quando. Do segundo casamento, eram quatro ou cinco filhos, a mais velha de nome Josélia, Dadim, Wilton Dedê, seguidos de uma ou duas irmãs mais novas.
Continuando, houve uma época em que Dominique e eu costumávamos ir quase todas as tardes ler as revistas Capricho e outras do gênero, na casa de Lindalva. Ela possuia uma pilha de quase um metro de altura daquelas revistas de fotonovelas expostas em sua sala de visitas. Sentávamos lá e Dominique parecia que fazia leitura dinâmica de tão rápido que lia. Enquanto eu lia uma revista ela lia duas ou três! Talvez porque eu me prendia as fotos...
Lindalva costumava sair de casa e apesar das crianças o silêncio reinava, pareciam crianças tranquilas. Mas quando retornava Lindalva quase sempre aplicava uma surra nos filhos. Sempre aparecia um motivo, uma vez escutei ela perguntar: "Quem comeu os biscoitos?!?" No outro dia: "Quem comeu deste bolo?!?!" E castigava as crianças, era severa não admitia que os filhos comessem fora da hora pré-estabelecida por ela. Dominique e eu só escutava a gritaria das crianças e o barulho das repreensões e chineladas que vinham lá da cozinha. De certa forma isto me tirava o embalo na leitura pois aquelas revistas profanas eram determinantemente proibidas por meu pai.
Algumas vezes pedia emprestada uma ou duas revistas para ler em casa escondida no meu quarto. Toda vez que escutava os passos de papai, assustada, escondia a revista debaixo do travesseiro. Essa fase de curiosidade para saber dos dramalhões fotográficos ou "coisas do amor" foi por volta de meus 13 a 14 anos de idade. Durou pouco, porque passei a ser mais seletiva lendo as crônicas e poemas de Vinicius de Moraes.
Por Gloria Pinheiro
Gloria Pinheiro.
ResponderExcluirTempos bons os a que voce se refere. Conheci Jose Conrado, homem serio, digno e estremamente trabalhador. Dona Lindalva acompanhava nos trabalhos na loterica, eram meus clientes no Banco. Os filhos todos estudiosos. Seu Hubert e Dona Janine os conheci na Fazenda Serra Verde uma vez que por lá estive com o Aurelio e Rlta Vilar. Vi muito a Dominique dirigindo um carrinho de Praia - Bugue talvez com varias colegas a bordo, quem sabe voce tambem. Parabens pela memoria.
É...
ResponderExcluirGlória.
E não eram só as mulheres que gostavam daqueles revistas: Capricho, Sétimo Céu, Ilusão, Grande Hotel.
Eram verdadeiras tele-novelas, em quadrinhos e preto e branco. Eu devorava ansiosamente o conteudo de cada uma. As minhas irmãs compravam e eu lia escondido.
Eram histórias bonitas, singelas e sem apelação.
Diferentemente de hoje onde as tele-novelas, coloridas, não importa o horário, apelam para conteúdos de baixissima qualidade. Subvertendo a educação dos nossos filhos.
Aqui acolá desponta uma que eles poderiam assistir. Se pudessemos impedir alguma.
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Conheci de perto o Zé Conrado e a Lindava. Aliás, ela gostava muito de ir ao Pai Mané - Sitio onde morava a minha esposa.
Vicente Almeida
Vicente Almeida,
ResponderExcluirLindalva foi uma mulher batalhadora e criou os filhos muito bem.
Algumas daquelas revistas para a época e para minha pouca idade eram tão danosas como as telenovelas de hoje. Cabe aos pais decidirem o que é bom para seus filhos ou não, afinal existem os controles remotos e TV's fechadas. De qualquer forma é compreensível porque naquela época as opções de lazer eram restritas, ainda mais numa cidade pequena do interior. Era uma opção de entretenimento para pessoas adultas como Lindalva. Nada contra!
Mas, para uma adolescente em formação tudo contra! Nenhuma mensagem positiva, muito pelo contrário.
Parabéns Gloria, sua historia é rica de boas recordações. Revistinhas danadas aquelas rsrsrs; mas muito legais. Beijos
ResponderExcluirFatima Bezerra
ResponderExcluirEstarei enviando um convite para a minha afilhada Fatima postar as suas historias. São muitas. Na praça de Santo Antonio com as filhas de seu Adelgides, Ze Odimar e Raimundo Brito. A censura do meu parente Raimundo Gibão as revistas era dura. Antes que chegue o convite, porque não depende de mim, a Fatima tem dois portadores: Mundim do Vale e Eu proprio para postar. Envia por e-mail Fatima.
Bom dia.