ESTA ACONTECEU COMIGO E JAMAIS ESQUECI:
No ano de 1955, eu tinha nove anos e era estudante do Grupo Escolar Teodorico Teles de Quental, localizado na Praça da Sé, esquina com a Rua Leandro Bezerra.
Muito bem, naquele tempo residia no Sitio Belmonte a 6 km da cidade, e inicialmente descia a pé para a escola. Não havia perigo, e todas as pessoas me conheciam e me protegiam.
No meu primeiro ano, fiz amizade com alguns colegas que se perpetuou até os dias de hoje.
Dentre eles, hoje destaco: Vicente Pierre, conhecido demais pelos cratenses.
Naqueles dias, antes de sair para a escola, a minha mãe assava um pedaço de carne, e colocava no meu bolso juntamente com um punhado de farinha para merendar no recreio. Só que na hora do recreio, eu trocava a minha merenda com os colegas por outros alimentos que igualmente traziam de casa.
Acontece que um dia, sai com o Vicente Pierre pela rua e ele disse: hoje vamos trocar a merenda por alimento que não seja de casa, e me levou ao Bar Glória do Sr. Miguel Siebra, e lá me comprou uma novidade (era um sorvete na casquinha) e eu, matuto lá do pé da Serra do Belmonte desconhecia, mas achei estranho e gostoso.
Comecei a consumir o sorvete e pensei, vou guardar para a merenda. botei no bolso da calça guardando-o para a hora da merenda. E todo contente fui pra aula.
Qual não foi a minha surpresa na hora do recreio, ao por a mão no bolso e retirar somente a casquinha murcha. O sorvete havia sumido sem eu sentir e a calça estava molhada.
ESTA É MAIS UMA DO BETO, NOSSO ZELADOR:
O Beto, apesar de baiano, veio de uma favela de São Paulo para trabalhar conosco. Naquele tempo era muito educado mas, matuto demais. Tinha 18 anos, cerca de 1,80 m e pesava uns 70 kls. Quando aqui chegou em 1995, no primeiro ano fizemos a sua matricula em uma escola do Crato e lhe compramos uma bicicleta, como transporte.
Uma noite ao retornar do colégio e se aproximar de casa, faltou energia e ele sentiu uma forte ventania com relâmpagos e deduziu que ali vinha muita chuva. Começou a ficar aflito e pedalou com mais velocidade para chegar em casa antes da chuva. Para chegar ao portão da nossa casa há uma reta de 90 metros.
No escuro, e na velocidade que vinha não percebeu que o portão estava fechado. Então com todo o corpo bateu no portão, foi pedaço de bicicleta para todos os lados, livros e cadernos, idem, o óculos não sabe aonde foi parar. No outro dia com vergonha nada nos contou.
Mas a minha esposa viu os pedaços da bicicleta e perguntou:
- Beto, o que foi isso? E ele respondeu:
- A senhora num sabe! Argúem trancou o portão!
Vicente Almeida
No ano de 1955, eu tinha nove anos e era estudante do Grupo Escolar Teodorico Teles de Quental, localizado na Praça da Sé, esquina com a Rua Leandro Bezerra.
Muito bem, naquele tempo residia no Sitio Belmonte a 6 km da cidade, e inicialmente descia a pé para a escola. Não havia perigo, e todas as pessoas me conheciam e me protegiam.
No meu primeiro ano, fiz amizade com alguns colegas que se perpetuou até os dias de hoje.
Dentre eles, hoje destaco: Vicente Pierre, conhecido demais pelos cratenses.
Naqueles dias, antes de sair para a escola, a minha mãe assava um pedaço de carne, e colocava no meu bolso juntamente com um punhado de farinha para merendar no recreio. Só que na hora do recreio, eu trocava a minha merenda com os colegas por outros alimentos que igualmente traziam de casa.
Acontece que um dia, sai com o Vicente Pierre pela rua e ele disse: hoje vamos trocar a merenda por alimento que não seja de casa, e me levou ao Bar Glória do Sr. Miguel Siebra, e lá me comprou uma novidade (era um sorvete na casquinha) e eu, matuto lá do pé da Serra do Belmonte desconhecia, mas achei estranho e gostoso.
Comecei a consumir o sorvete e pensei, vou guardar para a merenda. botei no bolso da calça guardando-o para a hora da merenda. E todo contente fui pra aula.
Qual não foi a minha surpresa na hora do recreio, ao por a mão no bolso e retirar somente a casquinha murcha. O sorvete havia sumido sem eu sentir e a calça estava molhada.
ESTA É MAIS UMA DO BETO, NOSSO ZELADOR:
O Beto, apesar de baiano, veio de uma favela de São Paulo para trabalhar conosco. Naquele tempo era muito educado mas, matuto demais. Tinha 18 anos, cerca de 1,80 m e pesava uns 70 kls. Quando aqui chegou em 1995, no primeiro ano fizemos a sua matricula em uma escola do Crato e lhe compramos uma bicicleta, como transporte.
Uma noite ao retornar do colégio e se aproximar de casa, faltou energia e ele sentiu uma forte ventania com relâmpagos e deduziu que ali vinha muita chuva. Começou a ficar aflito e pedalou com mais velocidade para chegar em casa antes da chuva. Para chegar ao portão da nossa casa há uma reta de 90 metros.
No escuro, e na velocidade que vinha não percebeu que o portão estava fechado. Então com todo o corpo bateu no portão, foi pedaço de bicicleta para todos os lados, livros e cadernos, idem, o óculos não sabe aonde foi parar. No outro dia com vergonha nada nos contou.
Mas a minha esposa viu os pedaços da bicicleta e perguntou:
- Beto, o que foi isso? E ele respondeu:
- A senhora num sabe! Argúem trancou o portão!
Vicente Almeida
Caro Vicente.
ResponderExcluirDuvido que um dos nossos netos guarde um sorvete ou picolé bolso. hehehe
É
ResponderExcluirRapaz aquele sorvete me marcou até hoje. Eu tinha dez anos e era matuto mesmo, estava dando os primeiros passos na escolaridade.
Nós não tinhamos nem radio, era tudo na base do ouvi dizer.
Quando papai compru o primeiro rádio, corria o ano de 1963 e era o único do Sítio Belmonte onde morávamos.
Nossos netos são bem mais espertos e têm a seu favor toda a parafernália da mídia para mantê-los atualizados.
Vicente Almeida
Meu caro poeta Vicente.
ResponderExcluirLendo a sua historinha eu pude
descobrir que você também faz parte da estatísca dos nascidos
pró-guerra. O ano de 1946 foi o ano
Que nasceu mais cranças, respeitando claro, as devidas proporções. Em 46 ainda voltavam
soldados da segunda guerra, carentes de mulheres. Eu sei que nossos pais não foram, mas nós não deixamos de fazer parte desta estatística.
Abraço.
Mundim do Vale.
Meu caro poeta Vicente.
ResponderExcluirLendo a sua historinha eu pude
descobrir que você também faz parte da estatísca dos nascidos
pró-guerra. O ano de 1946 foi o ano
Que nasceu mais cranças, respeitando claro, as devidas proporções. Em 46 ainda voltavam
soldados da segunda guerra, carentes de mulheres. Eu sei que nossos pais não foram, mas nós não deixamos de fazer parte desta estatística.
Abraço.
Mundim do Vale.