Bem, meus amigos, este "causo" que afirmo ser verdadeiro não aconteceu na roça e sim na cidade grande. Alguns nomes guardarei sigilo, por uma questão de prudência.
Vamos lá!
Para aliviar o cansaço do trabalho intenso, durante a semana, algum tempo atrás, Vicente costumava jogar futebol aos sábados. Acabava o jogo iam beber cerveja regada a uma conversa agradável. Enquanto isso eu ia ao Iguatemi ou a um salão de beleza. Geralmente Vicente retornava no início da tarde. Quando retornava lá vinham as novidades! Um dia passaram a jogar num campo de futebol de Rivelino; outro dia era um repóter da Globo, sempre a trazer novidades... Um dos amigos, - desde meados dos anos 70 - tinha sido presidente do CNPq, antes já havia presidido uma estatal no Chile, de Allende, um nordestino fanático por futebol, bastante espirituoso. Era daqueles que apreciava uma boa seresta, para isso, gostava de levar Luiz Vieira para cantar em sua casa. A turma era bastante amiga, unida e divertida.
Vamos lá!
Para aliviar o cansaço do trabalho intenso, durante a semana, algum tempo atrás, Vicente costumava jogar futebol aos sábados. Acabava o jogo iam beber cerveja regada a uma conversa agradável. Enquanto isso eu ia ao Iguatemi ou a um salão de beleza. Geralmente Vicente retornava no início da tarde. Quando retornava lá vinham as novidades! Um dia passaram a jogar num campo de futebol de Rivelino; outro dia era um repóter da Globo, sempre a trazer novidades... Um dos amigos, - desde meados dos anos 70 - tinha sido presidente do CNPq, antes já havia presidido uma estatal no Chile, de Allende, um nordestino fanático por futebol, bastante espirituoso. Era daqueles que apreciava uma boa seresta, para isso, gostava de levar Luiz Vieira para cantar em sua casa. A turma era bastante amiga, unida e divertida.
Alice, mineira de Belo Horizonte, uma senhora já beirando 70 anos de idade, batalhadora, desde a época da Jovem Guarda, possuía seu salão de beleza à Rua Oscar Freire ao lado da Rua Augusta, maquiadora de algumas cantoras daquela época, mantinha boa amizade com a cantora Vanderléia, até então. Nos últimos quinze anos Alice transferiu seu salão para um sobrado conjugado e recuado numa rua mais simples, nem por isso perdeu a clientela de toda a família de um certo empresário, naquela época, presidente da FIESP. Alice tinha um coração do tamanho do mundo. Treinava muito bem suas funcionárias. Uma vez por ano costumava ir à Portugal, tinha por hábito levar uma ou outra funcionária para que melhorasse de vida naquele país. Uma delas com o casamento recentemente desfeito e muito breve, com a desilusão amorosa, resolvera aproveitar aquela oportunidade, esta era uma de suas melhores funcionárias, embora pouco importasse para Alice, levava mesmo assim e recomendava aos seus familiares, quando voltava para o Brasil a moça já estava empregada.
Por outro lado, Alice tinha verdadeiro pânico de assalto. Certa vez chegou um casal no salão, como a mulher, muito curiosa, fez algumas perguntas sobre o salão, no que se refere aos produtos e equipamentos já foi o suficiente para Alice, com a pulga atrás da orelha, sair na pontinha dos pés, dirigindo-se à casa ao lado. De lá, telefonou alertando que tivessem bastante cuidado que aqueles dois eram assaltantes. Ou seja, livrou sua pele numa boa sem com isso deixar de assustar quem recebeu a mensagem que por sua vez passou o "comunicado" adiante.
Certo sábado toca a campanhia um homem de camiseta, bermuda, uma pochete preta na cintura, cabeça abaixada procurando algo na pochete. Alice da janelinha da porta observando aquele movimento, pergunta se é um assaltato e se o homem estava armado, quando escuta a confirmação. Nisso entra Alice toda esbaforida, correndo e muito agitada anunciando que o assaltante estava armado com um revólver. Querendo proteção e proteger a todos, mas sem saber o que fazer, embora a porta continuasse fechada. Naquele instante imaginei que o assaltante já estava na recepção, já havia dominado dona Catarina, a recepcionista sueca, muito amiga de Alice há mais de 40 anos. Quase pulei uma janela que dava para uma escadaria que levava ao porão da casa, no mínimo quebraria uma perna. Instante depois aparece Alice, dizendo: - Ahhhhh é o esposo da G l ó r i a, não reconheci... O susto foi grande e o alívio foi geral.
Em 1995 mudamos para os arredores de São Paulo, algum tempo passado, ainda retornei àquele salão aconchegante. Depois retornei, mas Alice estava viúva e resolveu juntar-se aos irmãos que vivem em Belo Horizonte. Desejo a você Alice, tudo o que for de melhor.
Por: Glória Pinheiro
Glória, parabéns pelo texto. Achei excelente e muito engraçado! Ri quando Alice descobriu que o assaltante era Vicente, o seu marido.
ResponderExcluirAbraços
Magali
Glória
ResponderExcluirVocê está se revelando uma excelente contadora de histórias. Parabéns.
Abraços
Maria da Gloria.
ResponderExcluirDepois dos comentarios do Carlos Eduardo e da Magali, eu tenho a acrescentar apenas que o nosso engenhoso Vicente induziu dona Alice a um profundo engano.hahaha Esses seus girassois me fizeram lembrar o filme "Os Girassois da Russia", com a Sofia Loren e o Marcelo Mastroanni, uma das obras primas da setima arte.
Parabens para voce e para o Vicente, muito obrigado ao Carlos e a Magali, voces são exemplos, são umas coisinhas de Deus, e assim é que os tenho e vejo. Um bom final de semana.
Abraços.
A. Morais
Obrigada à Magali e Carlos. O Carlos já é experiente e bom contador de histórias. Magali segue o mesmo rumo.
ResponderExcluirMorais, é isso mesmo. Vicente sempre foi muito brincalhão e não perdeu a chance de fazer uma palhaçada.
Um bom fim de semana à todos.
Glória,
ResponderExcluirEstá ótimo seu causo. Conforme sua autorização e pedido já postei no Cariricaturas.
Olhe lá também.rsrs
Agradeço a colaboração. É de humor que a gente precisa.
Abraço,
Claude
Obrigada, obrigada Claude Berthe!
ResponderExcluirUm abraço, garota, que já foi minha irmã mais velha... rsrsrs
Glorita! eu achamo assim gente; por que tenho permisão de faze-lo; é uma homenagem ao Pai da Gloria, que tambem a chamava assim. Pois bem menina, tu está se saindo uma otima escritora ok? te amo tu sabes. Abraço carinhoso e fraterno. Fatima
ResponderExcluirFatima, já estava sentindo sua ausência do blog. Ainda bem que você vai, mas volta, não é?
ResponderExcluirÉ certo, até os dias de hoje meu pai me chama carinhosamente de Glorita!
Obrigada pelo comentário e pelo carinho. Já está na hora de você vir postar suas histórias no Sanharol. Estamos aguardando não é de hoje, não.
Um abraço fraterno querida amiga, bom fim de semana.
No início, medrosa e vacilante,embora dotada de indiscutível talento, Glória já pode ser chamada de cronista.
ResponderExcluirVá em frente, Glória!
Armando, obrigada pelo incentivo. Isto vindo de você isto é muito bom.
ResponderExcluirUm abraço amigo e conterrâneo.