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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CUECA ESTRIBADA - Por Mundim do Vale

Essa moganga de esconder dinheiro em cueca, não foi invenção desse assessor não. Algumas pessoas já usavam essa prática há muito tempo, ou faziam para esconder dinheiro dos garapeiros, ou para não pagar as contas.
Luís Macedo ( Lila ) Tinha um costume de: Comer, beber, pegar transportes e na hora de pagar dizia que não tinha dinheiro e por isso mesmo ficava.
Certa vez Lila chegou no bar e restaurante de Nêgo de Aninha , sentou-se numa mesa e se danou a pedir cerveja, tira-gostos e ainda ficou oferecendo para quem chegasse por lá. Já estava com umas vinte cerveja na mesa e pedindo mais. Mandou servir refrigerantes e chocolates para a meninada, e dizia que era tudo por sua conta. Chico Barros, que já tinha comido e bebido por conta dele, saiu na calçada e comentou com Nicolau Barbeiro:
Niculau. Eu tem na mente, que Lila tá sendo é Tiradentes cum o pescoço de Nêgo de Aninha. Pruque eu nunca vi ele pagar uma conta a ninguém.
Ao redor da mesa já tinha mais menino do que fita em chapéu de cigano. Quando foi na hora de pagar a conta, Lila disse que não tinha nem uma banda. Zé de Totô que estava presente disse a Nêgo:
Ele tem dinheiro entocado, que hoje mesmo ele vendeu uma vaca a Antônio Pagé. Vamos fazer uma busca nos bolsos dele.
Os dois seguraram Lila, que ficou passivo sem esboçar nenhuma reação. Meteram as mãos nos bolsos da calça e da camisa, mas nada encontraram.
Zé de Totô passou a mão na traseira curou a bicheira antes de sentir um volume, depois falou: Nêgo! A cueca dele tá cheia. Se não for o que eu tou pensando, ele tá estribado. Derrubaram Lila no chão, tiraram a roupa e encontraram o dinheiro da venda da vaca, Nêgo tirou o dinheiro, cobrou a conta, incluiu uma saideira pra Zé e ainda cobrou uma conta velha, do dia da inauguração da luz de Paulo Afonso. Mas não houve crise no governo, não caiu ministro e nem presidente de partido.

Curar a bicheira. Lá pra nós era uma dedada.
Mundim do Vale.

2 comentários:

  1. Mundim

    O Lila era danado. Num dia de feira um cidadão do Crato chegou a Varzea-Alegre com uma carrada de abacaxi. Estacionou na Rua Getulio Vargas, em frente ao mercado. Começou a vender ao preço de dois reais. Em pouco tempo chegou um fregues e disse - Porque o senhor me cobrou dois reais por um abacaxi se do outro lado do caminhão estão vendendo a 0,50? O dono dos abacaxis foi olhar Lila estava do outro lado vendendo os abacaxis a 0,50 e embolsando o dinheiro.

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  2. Mundim, essa de curar bicheira é de morte, rsrsrs; muito boa. Abraço

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